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VIDA URBANA

Mentor da morte de radialista foi investigado por 'CPI do Extermínio'

Arnóbio Gomes é um dos seis detidos pelo assassinato de Ivanildo Viana. Ele tinha sido detido em três megaoperações.

Publicado em 30/08/2017 às 14:51

Após mais de dois anos do crime, a Polícia Civil apresentou na terça-feira (20) os resultados da investigação da morte do radialista Ivanildo Viana. Seis pessoas estão presas por participação no homicídio, entra elas um nome bastante conhecido da Segurança do Estado: Arnóbio Gomes Fernandes. Ex-sargento da Polícia Militar e ex-vereador de Bayeux, ele já foi preso em três megaoperações policiais na Paraíba e também foi investigado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investigou a atuação de grupo de extermínios no Nordeste. As investigações do caso Ivanildo apontaram Arnóbio como mentor do crime.

Em agosto de 2010, o sargento Arnóbio foi um dos sete policiais presos na Operação Águas Limpas, deflagrada para desarticular grupos de extermínio na Paraíba. Dois anos depois, em setembro de 2012, o ainda PM foi um dos detidos na Operação Esqueleto . A ação conjunta das polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal deteve 42 pessoas suspeitas de envolvimento no tráfico e homicídios na Grande João Pessoa. Na época, o delegado responsável, Cristiano Jacques, disse que o PM fazia serviços de segurança particular para traficantes.

Com a repercussão da 'Esqueleto', o deputado federal Luiz Couto (PT) revelou, em entrevista ao portal G1, que Arnóbio tinha sido investigado na 'CPI do Extermínio', relatada pelo petista entre 2003 e 2007 na Câmara. “Ele tinha participação no grupo de extermínio e também apoio na organização criminosa. Ele foi preso em 2010 por porte ilegal de arma”, afirmou o deputado, revelando um outro crime do policial.

Na época em que foi preso, Arnóbio era candidato a vereador em Bayeux. Ele foi solto para responder em liberdade e acabou sendo eleito. No entanto, ele voltaria a ser detido em agosto de 2013 durante uma sessão da Câmara Municipal da cidade. A acusação dessa vez foi de tráfico de armas. A nova prisão de Arnóbio resultou em uma nova operação policial contra um grupo responsável por tráfico e execuções. Vinte e nove pessoas foram detidas durante a 'Scarface' e um outro mandado foli cumprido contra o vereador.

Apesar de já ser apontado como autor de crimes desde 2010, o sargento só foi expulso da Polícia Militar nos desdobramentos das investigações da Operação Esqueleto



Mentor do caso Ivanildo Viana

De acordo com o delegado Carlos Othon, responsável pela investigação da morte de Ivanildo Viana, Arnóbio estava em liberdade quando foi contratado por um mandante ainda não identificado para planejar a morte do radialista, ocorrida em fevereiro de 2015, às margens da BR-101. Ele contratou outros dois ex-policiais: Erivaldo Batista Dias, que hoje cumpre pena no Presídio do Sílvio Porto; e Olinaldo Vitorino Marques, que está no semiaberto em Bayeux. Os dois estavam no regime fechado na época do crime e também foram expulsos da PM por participação em grupos de extermínio. Eles fizeram contato com os outros suspeitos.

A polícia apontou que Arnóbio recebeu R$ 75 mil e dividiu o valor entre os outros participantes do crime. Além dos três ex-policiais, foram presos pelo assassinato Eliomar de Brito Coutinho, que já cumpre pena no Presídio do Roger, Francisco das Chagas Aráujo e Valmir Ferreira da Costa. Um sétimo suspeito, Célio Martins Filho, está foragido, mas os advogados disseram a Polícia Civil que ele vai se apresentar.

“Todos são apontados como executores do homicídio, co-autores ou partícipes. A Polícia Civil ainda investiga a motivação do crime, assim como a identificação do autor intelectual, já que o assassinato, segundo as investigações, foi cometido mediante paga e promessa de recompensa, sendo encomendado”, disse o superintendente da 1ª Região da Polícia Civil, delegado Marcos Paulo.

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Jornal da Paraíba

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