Mercado Modelo ainda não tem projeto de revitalização

Doze meses após ter sido desativado, o Mercado Modelo, que funcionava em frente ao Terminal Rodoviário de João Pessoa ainda permanece desocupado e nenhum projeto para utilização da área foi anunciado. No local, trabalhavam cerca de 300 vendedores ambulantes, que se espalharam por diversos trechos do Varadouro, após a desativação.

Segundo a prefeitura da capital, a área pertence ao Governo do Estado e a intenção era reformar e transformar o prédio em um sistema de call center. No entanto, apesar de ter sido cercado por tapumes, as obras não foram iniciadas e o local já apresenta sinais de abandono. O local está depredado e com mato e sujeira espalhados por toda parte. Até uma galeria pluvial, instalada em frente ao imóvel, está sem tampa e jorrando esgoto pela rua.

O secretário-adjunto de Desenvolvimento Urbano de João Pessoa, Américo Cabral Neto, explicou que desativação ocorreu porque o mercado “perdeu a sua própria essência e finalidade”.

“O mercado foi criado para melhorar a qualidade do trabalho dos vendedores ambulantes, mas isso mudou: havia muita jogatina e denúncias de uso de drogas e de prostituição no local”, disse.

Ainda de acordo com o secretário, a desativação foi determinada pelo Governo do Estado e faria parte de um plano para criar um sistema de call center. No entanto, os trabalhos não foram iniciados. O secretário adjunto de Planejamento de João Pessoa, Glauco Oliveira, acrescentou que a prefeitura não elaborou projetos para usar o terreno por causa da propriedade. “O terreno e o prédio pertencem ao Governo do Estado. Então, a prefeitura não pode fazer projetos para usar algo que não pertence a ela”, detalhou.

Procurado pela reportagem, o secretário de Estado de Infraestrutura, Efraim Morais, não quis conceder entrevistas e limitou-se apenas a dizer que “não tem nenhuma informação sobre qualquer assunto relacionado a esse mercado”. Por fim, ele recomendou que o caso fosse discutido com outro órgão do Estado.

A reportagem, então, procurou a Secretaria de Estado de Planejamento, mas a pasta informou que as obras de manutenção e de reforma do mercado são de competência da Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan). Esta instituição também foi procurada e, por meio da assessoria da imprensa, revelou que não tem conhecimento de obra ou de qualquer projeto para o mercado desativado.