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VIDA URBANA

Método Paulo Freire não acaba analfabetismo

Paraíba ainda ocupa a 6ª posição no número de pessoas que não sabem ler nem escrever entre os estados do Nordeste.

Publicado em 02/06/2013 às 10:53 | Atualizado em 13/04/2023 às 18:08


Na década de 60, o educador Paulo Freire desenvolveu uma metodologia para alfabetizar jovens e adultos de uma forma simples e prática, usando palavras do cotidiano dos alunos. O resultado foi impressionante e logo o método foi disseminado pelo país. Passados 50 anos, o modelo utilizado por Paulo Freire continua eficaz e se faz presente nas salas de aula da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Paraíba.

Nos últimos dois anos, os índices de analfabetismo apresentaram redução de 21% entre os anos de 2009 e 2011, passando de 766 mil para 602 mil pessoas que não sabem ler e escrever, mas o Estado ainda ocupa a 6ª posição no número de pessoas que não sabem ler nem escrever entre os Estados do Nordeste. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A utilização do método Paulo Freire nos dias de hoje mostra que o problema continua. Caso contrário, segundo o professor Afonso Celso Scocuglia, Paulo Freire seria apenas história. “Ao mesmo tempo em que comemoramos os 50 anos do método, observamos que temos um problema não resolvido”, disse.

Na avaliação de Scocuglia (que escreveu dois livros sobre Paulo Freire), o analfabetismo é um problema primário da educação.

“É importante lembrar que não basta alfabetizar, é preciso continuar com os estudos. Se a pessoa for alfabetizada e parar, ela regride. Isso tem sido uma grande falha das políticas educacionais do Brasil”, declarou. “Uma das coisas mais louváveis que temos aqui na Paraíba é a continuidade dos ciclos, o que tem muito a ver com a ideia de Paulo Freire”, afirmou.

Segundo o professor, os resultados obtidos na Paraíba se tornaram exemplo para o país. “A Paraíba é referência nacional na alfabetização de jovens e adultos”, declarou. “Em tudo isso as ideias de Paulo Freire estão presentes. Ele continua inspirando a forma de educar. Essa coisa das palavras geradoras, do diálogo, da conscientização, estão presentes nas experiências feitas aqui”, disse Scocuglia.

A dona de casa Marlene Bezerra foi alfabetizada aos 58 anos, quando começou a frequentar as aulas da EJA. Ela se matriculou por incentivo dos filhos, mas não mostrava muita empolgação no início. Até pensou em desistir, mas acabou ficando. “Eu me achava velha demais para aprender. Tinha medo que as lições fossem difíceis, mas hoje vejo que foi a melhor coisa que fiz”, declarou. “É muito bom saber escrever o próprio nome, ler alguma coisa. Hoje me sinto muito mais feliz”, afirmou.

A realidade de Marlene, antes da EJA, era semelhante a de centenas de paraibanos que não sabem, sequer, assinar o nome. Marlene disse que não frequentou a escola porque não teve oportunidade. Teve que trabalhar para ajudar os pais.

Depois casou, teve filhos e se dedicou à casa. Em 2011 sua vida começou a mudar. “Agora não preciso mais colocar a digital nos documentos, isso me deixava envergonhada”, frisou. Mesmo sem ter ideia de quem foi Paulo Freire, Marlene foi alfabetizada graças à sua metodologia. “A presença do Paulo Freire é explícita e implícita”, disse Scocuglia.

Com 16 anos, a adolescente Lielba Fernandes da Silva, voltou a frequentar as aulas da EJA, na escola Raul Machado, na Ilha do Bispo, em João Pessoa. Essa é a terceira que ela retorna à escola, com a justificativa de que, com o nascimento das duas filhas (uma de 4 e outra de 2 anos) teve que interromper os estudos. “As aulas são boas, os professores também. A forma de ensinar é fácil, só não aprende quem não quer mesmo”, opinou.

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Jornal da Paraíba

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