Migração é para busca de emprego

Além da Paraíba, a migração indígena ocorreu em outros Estados do Nordeste. Das 232.739 pessoas autodeclaradas como índios na região, menos da metade ainda permanece nas aldeias. São 106.142 vivendo em terras nativas, enquanto que outros 126.597 já saíram dessas localidades.

Bahia (43.303), Pernambuco (29.159) e Ceará (17.709) foram as três áreas com maior registro dessa mudança de endereço.

Para o especialista Benedito Rangel, a migração detectada entre os indígenas se deve principalmente à busca por emprego, escolaridade e aumento nas autodeclarações de moradores das cidades como pertencentes à etnias indígenas, como ocorreu na Paraíba, envolvendo os tabajaras. “Apesar dessa migração, não acredito que a cultura indígena esteja ameaçada porque a quantidade de índios que saem das cidades e voltam para as aldeias é muito maior do que aqueles que fazem o sentido inverso”, opina Rangel.

“Na verdade, esses índios presentes nas cidades são aquelas pessoas que já vivem nos centros urbanos há muitos anos e sempre se autodeclaram como pardos, negros ou brancos em pesquisas anteriores e, agora, resolveram se autodeclarar como índios”, acrescentou o estudioso.