VIDA URBANA
Modernidade que traz o crescimento vertical
Sem ter mais para onde se expandir, João Pessoa aposta nos arranha-céus e muda a paisagem da cidade no terceiro milênio.
Publicado em 05/08/2012 às 6:00
O valor médio do metro quadrado em João Pessoa está em torno de R$ 3 mil e ainda é considerado um dos mais baratos do Nordeste. Porém, a especulação imobiliária é responsável pela mudança do cenário da capital paraibana. O crescimento vertical dá ares de uma cidade em pleno desenvolvimento. Nos bairros da orla (sobretudo à beira-mar de Tambaú, Manaíra e Cabo Branco) é possível encontrar o metro quadrado mais caro da cidade. Das janelas das casas, as imagens de imóveis em construção parecem não ter fim. Atualmente são 400 prédios (e quase 4 mil apartamentos) em construção na capital, segundo Irenaldo Quintans, presidente do Sindicato da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP). A capital segue os mesmos passos de algumas das cidades mais desenvolvidas do país.
Basta olhar para cima, de qualquer parte da cidade, para perceber que João Pessoa está 'nas alturas'. A cidade que conta com mais de 30 quilômetros de praias encantadoras e águas tranquilas é a mesma que comemora o 'boom' da construção civil. A arquitetura dos prédios e mansões que estão sendo construídos na área nobre da cidade é sinal da mudança social e econômica de João Pessoa.
A pesquisa 'Demanda Imobiliária', publicada há duas semanas pelo Creci-PB, revelou que o metro quadrado em Tambaú ainda é o mais caro em João Pessoa (R$ 6.068,95), seguido de Cabo Branco (R$ 5.810,06) e Manaíra (R$ 4.430,17). Os menores valores são encontrados no Jardim Veneza (R$ 1.466,99) e Valentina (R$ 1.653,02). A pesquisa também constatou a força da verticalização do mercado imobiliário: 97% dos imóveis novos disponíveis na capital são apartamentos.
Mas é claro que nem sempre foi assim. Em 1850, a cidade era composta de 1.084 casas, incluindo 39 sobrados e uma média de 5 mil habitantes. Hoje, basta olhar para cima para perceber que João Pessoa está crescendo para o alto, com prédios chamados de 'espigões', sobretudo na orla. No Altiplano nobre, as construções impressionam. Nos demais bairros, a situação se repete. No ano passado, segundo o Sinduscon-JP, chegou a faltar cimento nas lojas da capital.
Um breve passeio pela zona sul da cidade é suficiente para perceber que a explosão da construção civil também chegou aos bairros do Bancários, Mangabeira, Água Fria, Geisel e José Américo. Construções por toda parte, que ganham força com o programa 'Minha Casa, Minha Vida', do Governo Federal, programa que facilita a aquisição da casa própria.
A construção da avenida Epitácio Pessoa transformou João Pessoa em uma cidade marítima e, timidamente, o pessoense passou a gostar de praia. Antigamente, a praia de Tambaú era local para veraneio e tida como a praia de mais luxo e movimento. A construção do Hotel Tambaú vem décadas depois, no governo de João Agripino, e passa a fazer parte das fotografias da cidade, famosas no mundo inteiro.
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