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VIDA URBANA

Moradores de Odilândia não têm água encanada

População de loteamento depende de um granjeiro para ter acesso a abastecimento.

Publicado em 12/05/2015 às 6:00 | Atualizado em 09/02/2024 às 17:18

Homens e mulheres com baldes, garrafões e galões para encher. Até crianças empurram carrinhos de mão carregados com recipientes com água, que, no mínimo, têm o dobro do peso do corpo. É essa a realidade diária dos moradores de Odilândia, em Santa Rita, principalmente dos que residem no loteamento Nova Odilândia. Sem água encanada, a população depende da boa vontade de um granjeiro, que disponibiliza a água de sua propriedade para a sobrevivência das famílias do local.

Os moradores da região denunciam que o problema da falta de abastecimento de água não tem previsão para ser solucionado, pois desde que o loteamento foi lançado, há pelo menos 5 anos, a Prefeitura Municipal promete fornecer água nas torneiras, mas nada de concreto é realizado. Além disso, relatam que a sobrevivência só é possível graças à boa ação de um dos moradores, que tem uma granja e que oferta a água proveniente do poço artesiano existente em sua propriedade.

Na casa de Maria da Conceição, 26 anos, moram sete pessoas, sendo cinco crianças, o que para ela torna a vida mais difícil pela falta de água encanada. Todos os dias, ela, o marido e os filhos fazem o trajeto de apenas 5 minutos, de casa para a granja de 'seu Tino', que apesar de curto, com o peso dos recipientes cheios se torna longo e cansativo. “Damos graças a Deus por esse homem deixar a gente pegar água aqui. É a nossa sorte. A Prefeitura só promete resolver nossa situação, mas não faz nada. E não ter água em casa para os afazeres domésticos e ainda para cozinhar e dar de beber a cinco crianças não é fácil”, contou.

A dona de casa Tatiana Pereira, 27 anos, mora na rua de uma escola municipal que possui uma caixa d'água, que seria para o fornecimento da população, mas o serviço está suspenso há mais de um ano, por isso ela também sobrevive com a água que coleta na granja. “A escola vive fechada e quando tem água na caixa é muito fraca. É muita gente para pouca água. A Prefeitura até tinha cavado um poço aqui perto, mas a obra não saiu do papel. Nós, realmente, dependemos de seu Tino. Se não fosse ele, não tínhamos água nem para beber, como é que eu ia viver com o marido e os dois filhos sem água?”, indagou.

A mesma situação é vivida por Lucélia Lima, 28 anos. Ela explicou que além de deixar a população pegar a água na granja, o dono colocou dois pontos para a coleta. Um de água para beber e outro de água para consumo, que é para os afazeres domésticos. “Eu mesma venho umas duas, três vezes por semana, mas se por acaso a água acabar antes, eu venho de novo. E o dono não cobra nada, nem faz cara feia. Se não fosse ele, não sei o que seria da gente”, ressaltou.

GRANJEIRO
O granjeiro Clementino Torres, 56 anos, mais conhecido como 'seu Tino', é um homem simples e muito modesto. Ao ser questionado pela reportagem por sua boa ação para com os demais moradores, ele foi despretensioso na resposta. “Eu sei que não tem água encanada. Se pessoal chega e pede um balde d'água, eu não vou negar, não é? Eu deixo eles pegarem”, afirmou.

O QUE DIZ A PREFEITURA E A CAGEPA
Apesar de os moradores de Odilândia atribuírem a falta d'água nas torneiras e ausência de projetos para a implantação do abastecimento à Prefeitura Municipal de Santa Rita, o secretário municipal de Comunicação, Carlos Ferreira (Carlinhos do Adesivo), disse inclusive que conhece 'seu Tino' e sua prestação de serviço para a população, mas que a água na região é de responsabilidade da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa).

No entanto, a Cagepa informou, por meio da assessoria de comunicação, que Odilândia não é abastecida pelo órgão, mas pela prefeitura. A assessoria disse que conforme as Diretorias Comercial, de Operação e Manutenção, e de Expansão da Cagepa, o abastecimento de água em Odilândia não é realizado pela companhia, que nunca operou no local. “É tanto que não há sequer faturamento no sistema para essa localidade. Também não há projeto em andamento para implantação de redes de água, e que a primeira obra do distrito realizada pelo órgão é apenas para esgotamento sanitário, que, inclusive, está em andamento”, esclareceu a Cagepa por meio de nota.

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Jornal da Paraíba

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