Moradores de Patos e Campina reaproveitam água da piscina

Em Patos, Sertão do Estado, a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), Regional Espinharas, ainda não anunciou racionamento de água para o município. Mas os moradores de alguns bairros da cidade reclamam que falta água ao menos durante um ou dois dias na semana. Segundo a Cagepa local, o problema se dá em decorrência de alguns ajustes feitos na adutora responsável pelo abastecimento.

Porém, a aposentada Maria Bernadete Gomes, 55 anos, percebendo o problema da estiagem que assola a maioria das cidades paraibanas, resolveu tomar uma atitude para evitar o desperdício. Ela passou a tratar a água da piscina de sua casa, que tem capacidade de armazenar 18 mil litros, para reutilizá-la. Há alguns meses, a pessoa responsável pela manutenção da piscina, realizava os procedimentos de limpeza necessários e depois descartava toda a água.

O fato não agradava aos vizinhos e a própria dona da casa, que se incomodava com tanta água sendo jogada fora e correndo pela rua, a céu aberto.

“Conversei com o pedreiro e o “piscineiro”, que me passaram a ideia de construir uma cisterna. Só que essa opção foi descartada, porque sairia muito caro. Então, comprei uma caixa d'água para facilitar todo o processo. Agora, providenciamos um sistema de canos que leva a água para a caixa e depois ela retorna para a piscina, logo após ter sido realizada a limpeza necessária. Esse procedimento é feito uma vez por semana e praticamente não precisamos gastar mais água para reabastecer o reservatório. Só o que precisamos colocar de água novamente é a quantidade perdida por causa da evaporação. Dessa forma, nossa família se diverte, refresca do calor e não ficamos com peso na consciência”, declarou Maria Bernadete.

Em Campina Grande, que está passando por racionamento nos finais de semana, a situação requer mais atenção. Mas muitas pessoas que possuem piscina em casa estão encontrando uma maneira de poder conciliar a necessidade de economizar água e a diversão em família.

No bairro das Malvinas, o casal Adalberto Lucena e Grace Kelly também adotou uma postura de cautela na hora de decidir se continuava ou não enchendo a piscina nesse período de estiagem prolongada. Pensando nisso, os dois buscaram encontrar a solução para o problema, ao mesmo tempo que procuravam resistir à pressão do filho, que adora se refrescar e brincar na piscina. A solução encontrada foi semelhante à adotada pela aposentada patoense - tratar e reaproveitar a água.

“Nossa piscina tem capacidade de armazenar sete mil litros. Os cuidados que tomamos para não desperdiçar água começam quando colocamos baldes para quem for entrar, antes lavar os pés. Não ligamos o chuveiro, para que ele não fique funcionando o dia inteiro gastando água, sem necessidade.

Para não ter que trocar a água semanalmente, optamos por realizar o tratamento dela e fazer a limpeza necessária. Acredito que a questão de economizar é, primordialmente, algo que precisa vir da própria pessoa. Depende do grau de consciência ambiental que se deve ter. Também precisamos levar em consideração o fator financeiro, porque quem não desperdiça, além de ajudar a evitar o colapso no Açude Epitácio Pessoa (Boqueirão), tem desconto na conta, que chega no início do mês”, afirmou a dona de casa Grace Kelly.