Moradores dos Bancários realizam 'Marcha pela Segurança'

A praça é denonimada 'da Paz', mas o sentimento demonstrado pelos frequentadores do espaço público, localizado no bairro dos Bancários, Zona Sul de João Pessoa, é de medo e insegurança. Para pedir reforço no policiamento das ruas e instalação de um Distrito Integrado de Polícia na localidade, dezenas de moradores se reuniram na tarde deste sábado (27) na praça e saíram em caminhada pelas principais ruas do bairro.

Vestidos de branco, carregando faixas e cartazes relembrando os últimos casos de violência ocorridos nos Bancários, como o assassinato do universitário Higor Natan Borges, no dia 7 de outubro do ano passado, e o caso de sequestro de Glória da Silva e Caroline Figueira, no dia 20 deste mês, os manifestantes caminharam pela avenida Sérgio Guerra, rua Rosa Maria Lima, até finalizarem o ato nas 'Três Ruas', onde foi realizada uma celebração ecumênica.

Entre os religiosos que participaram da manifestação, o padre Marcondes Meneses destacou que o ato público representa a cobrança dos moradores do bairro e também da capital por mais segurança nas ruas e espaços públicos. “Quando a sociedade reivindica os poderes públicos respondem porque estamos pressionando. Falar em segurança pública não é só o trabalho da polícia, mas ações que envolvam a sociedade em vários aspectos, como melhoria na infraestrutura das ruas com melhor iluminação adequada e poda das árvores, principalmente nos terrenos baldios”, disse o padre.

Entre as dezenas de participantes da 'Marcha pela Segurança', como denominaram os organizadores do evento, difícil era encontrar quem nunca sofreu um assalto ou presenciou atos de violência urbana. As amigas Antônia Soares e Reginalda Felipe moram no bairro dos Bancários há quase 20 anos e já tiveram as residências invadidas por bandidos e sofreram tentativas de assalto. “De uns dez anos para cá a violência aqui no bairro aumentou. Meu filho já foi assaltado cinco vezes, minha filha já foi seguida por motoqueiros. Por causa disso, nem saio mais de casa a noite ou fico na calçada. É uma situação triste”, lamentou Antônia Soares.

A aposentada Verônica Robeiro também presenciou vários assaltos na rua onde mora e disse que o policiamento no local é precário. “Eu moro próximo do conjunto Anatólia e minha filha no Jardim Cidade Universitária, mas a gente não vê a polícia passar na rua, seja durante o dia ou a noite”, reclamou.

Para disciplinar o trânsito e evitar congestionamentos nas vias, equipes da Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob) acompanharam a caminhada, que contou ainda com apoio da Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros.

Durante a manifestação, os organizadores colheram assinaturas em uma carta aberta que será entregue à Secretaria de Segurança Pública Estadual, Polícia Militar e Prefeitura da capital.

A reportagem tentou contato, por telefone, com o tenente-coronel Sena, que é responsável pela organização do policiamento no bairro dos Bancários. Mas as ligações não foram atendidas.