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VIDA URBANA

Moradores ribeirinhos temem queda de casas

Famílias esperam ajuda da prefeitura para deixar áreas de risco na comunidade Porto do Moinho, em Bayeux.

Publicado em 08/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 05/03/2024 às 14:15

Em um pequeno cômodo do casebre à beira da maré, na comunidade Porto do Moinho, em Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa, um dos filhos de dona Maria de Lourdes, 55 anos, dorme sobre uma cama velha. A inocência da criança de sono tranquilo não enxerga o perigo à sua frente.

Uma fenda com a largura de três dedos na parede do quarto ameaça o desabamento da estrutura. Essa é a realidade de muitas famílias que vivem nas comunidades ribeirinhas do município, que é cercado por manguezais. A necessidade os faz conviver com a vulnerabilidade dos imóveis afetados por rachaduras, infiltrações e piso quebrado.

Maria de Lourdes mora com o marido e três filhos, sendo um deles um adolescente de 16 anos, que sofre de paralisia cerebral e necessita de cuidados especiais. Ela relata a difícil situação da família, que sobrevive da pesca. “Vivemos assustados por conta das condições da casa, mas não temos para onde ir e nem podemos nos afastar da maré porque é dela que tiramos o nosso sustento. Não temos como sobreviver sem a pesca”, declarou.

A filha mais velha de dona Lourdes, Joyce Yara, 18 anos, mora na casa ao lado, que está com os mesmos problemas estruturais e que ainda mantém a marca da última cheia da maré, de aproximadamente um metro de altura. “A gente tenta fazer alguns reparos para evitar maiores estragos, mas não adianta. As rachaduras são constantes e a infiltração também. O piso já praticamente não existe mais. Fico triste por meu filho morar aqui, queria dar algo melhor para ele, mas não tenho condições. Eu e meu marido também dependemos da pesca, que a cada dia está mais escassa”, disse.

“Essa é a realidade de todos daqui. Eu durmo com medo do teto cair na minha cabeça”, acrescentou a vizinha, Elizete Ferreira, 50 anos. “Nem banheiro tem na minha casa. Isso aqui (moradia) é o que restou do pouco que eu e meu marido tínhamos. Está tudo se acabando e ninguém faz nada para nos ajudar”, afirmou.

Os antigos moradores de outra casa vizinha já deixaram o local porque parte do telhado desabou e a casa está se transformando em ruínas. Em depoimento, os residentes da comunidade informaram que não querem sair do local, por conta da atividade econômica (pesca) que os sustenta, mas que gostariam de receber o apoio da prefeitura para reformar ou construir novas moradias na mesma localidade.

A população do Porto do Moinho ainda denuncia que os problemas são antigos, porém se agravam com o passar do tempo. Além disso, eles relatam que na última campanha eleitoral, candidatos visitaram a área e prometeram solucionar o descaso, mas até o momento nada foi feito para reduzir os riscos de morte de quem vive à beira da maré.

PREFEITURAS QUEREM TRANSFERIR FAMÍLIAS

Conforme a titular da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social, Maria Cristina Mota Duarte, desde o início da gestão, a retirada dos moradores de comunidades ribeirinhas foi tratada como uma das metas prioritárias, mas a prefeitura esbarra na resistência das famílias que não querem deixar o local. “Já fizemos várias visitas e cadastros de famílias ribeirinhas, tanto do Porto do Moinho, como de outras comunidades, onde sugerimos a transferência dos mesmos para outras localidades do município, contribuindo com uma ajuda de custo para o pagamento de aluguel no valor de R$ 150,00, já que esse é o preço estimado de alguns imóveis populares em Bayeux. O impasse é que eles sobrevivem do mangue e mesmo com o risco, não querem sair de lá”, afirmou.

Ela não soube quantificar o número de famílias que vivem nessa situação.

O auxílio aluguel seria uma medida paliativa para retirar a população da área considerada de risco, uma vez que o município ainda não conta com a construção de casas do programa federal 'Minha Casa. Minha Vida' para pessoas de baixa renda. “Temos uma grande área de mangue, o que dificulta a aquisição de terreno para moradias. Mas temos o projeto para a construção de 300 casas no bairro Mario Andreazza, que está em tramitação, e que até o final deste ano as obras deverão ser iniciadas. A prioridade dessas moradias será das comunidades ribeirinhas”, garantiu Maria Cristina.

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Jornal da Paraíba

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