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VIDA URBANA

Morre estudante gay espancado após sair de boate em Salvador

Família atribui a violência a crime de ódio motivado por homofobia.  

Publicado em 11/07/2016 às 18:06

Morreu nesta segunda-feira (11) em Salvador um estudante de jornalismo de 30 anos que foi agredido ao sair de uma boate, no bairro do Rio Vermelho, no último sábado (9). Leonardo Moura estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE), na capital baiana.

O primo dele, Gustavo Moura, disse que o rapaz foi “brutalmente espancado” após sair de uma festa em uma boate voltada para o público LGBT. Como Leonardo era homossexual e alguns pertences de valor não foram levados pelos agressores, a família atribui a violência a crime de ódio motivado por homofobia.

“Deixaram um relógio original, óculos de sol e identidade. Levaram o celular somente por levar, mas esse não foi o propósito de quem bateu nele. Foi intolerância, foi ódio porque ele era gay e estava saindo àquela hora de uma boate”, disse o primo da vítima.

“Ele estava muito machucado, cheio de marcas e inchaços, o que nos leva a deduzir que mais de uma pessoa o agrediu. Mas somente a polícia saberá dizer”, completou.

Segundo a Polícia Civil, Leonardo foi encontrado “muito machucado” por um pescador que acionou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). O estudante chegou a perder um dos rins por causa do espancamento e morreu no hospital após sofrer uma parada cardíaca.

O corpo de Leonardo será velado amanhã (12), no Cemitério Campo Santo, em Salvador. De acordo com a polícia, uma necrópsia foi feita para acrescentar informações à investigação. A delegada responsável pelo caso, Mariana Ouais, já ouviu integrantes da família do rapaz e ainda ouvirá um amigo dele, que ficou no ponto de ônibus após a saída da boate. Além disso, foram solicitadas imagens dos circuitos de segurança de todo o percurso feito por Leonardo após sair do local.

“Fica a indignação, porque ninguém pede pra sair de uma festa e ser espancado. A minha avó tem mais de 80 anos e está muito abalada com tudo isso. As pessoas têm o direito de viver as suas verdades e ser quem são. A gente fica apreensivo por outras pessoas com essa orientação sexual, que podem também ser violentadas, porque isso parece que não vai acabar”, disse Moura.

Protesto

Entidades LGBT da Bahia farão na próxima sexta-feira (15) um protesto em frente à boate em que Leonardo estava para denunciar a violência e o assassinato de pessoas LGBT. De acordo com o Grupo Gay da Bahia, que atua no combate à homofobia, entre janeiro e junho deste ano, 19 pessoas morreram em situações consideradas pela entidade como “de evidente conotação homofóbica”.

Casos de violência contra pessoas LGBT devem ser denunciados por telefone, no disque 100.

Um centro de referência LGBT foi aberto na capital baiana no primeiro semestre para atender a pessoas que precisam de orientação e assistência jurídica, psicológica ou judicial.

Imagem

Jornal da Paraíba

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