VIDA URBANA
Morre mais uma vítima do incêndio no Presídio do Roger
Uma semana após a rebelião na Penitenciária Flósculo da Nóbrega em João Pessoa, o Roger, chega a oito o número de mortos na tragédia.
Publicado em 31/10/2009 às 8:45
Luzia Santos
Do Jornal da Paraíba
Uma semana após a rebelião na Penitenciária Flósculo da Nóbrega em João Pessoa, o Roger, chega a oito o número de mortos na tragédia. Dos 41 feridos, no dia em que presos colocaram fogo em colchões do pavilhão PB3, 23 detentos ainda permanecem internados no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena.
Oito apenados apresentam quadro clínico grave enquanto, quatro estão em situação gravíssima e outros onze estão em estado regular, segundo informou a assessoria de imprensa do hospital.
A tragédia aconteceu na manhã do dia 16 de outubro. Presos do PB3 colocaram fogo em colchões e as chamas acabaram invadindo todo o pavilhão. Cerca de 140 pessoas estavam no local, mas 40 foram atingidas pelas chamas. Uma tragédia maior foi evitada graças à ação de agentes penitenciários que quebraram as paredes do pavilhão para conseguirem retirar os presos.
A lista dos mortos é composta pelos apenados Wilson Barbosa, de 26 anos, Osias Marques de Sousa, 54 anos, Josivando dos Santos Francisco, 31 anos, Humberto Fernandes da Cruz, 48 anos, Ronaldo Luis dos Santos, 34 anos, Joab Soares do Nacimento, e José Francisco Damião, de 46 anos, os dois últimos ainda chegaram a ser levados para o hospital, mas não resistiram à gravidade dos ferimentos. Na sexta-feira (30), morreu o oitavo detento. Melque Rodrigues não resistiu às queimaduras espalhadas pelo corpo.
O secretário de Administração Penitenciária, Roosevelt Vita, informou que os presos que receberam alta foram levados para celas especiais no presídio PB1 em Jacarapé. Neste final de semana, familiares poderão visitar os presos que sofreram queimaduras, mas haverá restrições. “Apenas será liberada a entrada de um familiar por apenado”, explicou. Segundo ele, a limitação é para evitar o risco de contaminação e infecção.
Para o secretário, o incêndio no Róger seria usado como forma de tirar o foco de uma tentativa de resgate de Jackson Pereira da Silva, que cumpre 18 anos de prisão. O detento foi transferido do Róger para o Presídio PB1, localizado em Jacarapé, na véspera da rebelião, e o plano de resgate foi descoberto pelo serviço de inteligência do Sistema Penitenciário do Estado e abortado.
Vita acredita que o Róger poderia ser transferido do bairro do Varadouro, mas a falta de recursos financeiros impede as mudanças. “A mudança requer o repasse de verbas federais, mas há quase três anos o Departamento Penitenciário Nacional não envia recursos para construção de presídios”, explicou. Ressaltou ainda que a construção de uma cela individual custa entre R$ 39 mil a R$ 180 mil.
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