VIDA URBANA
Mortalidade materna cai 37,5%
Embora o resultado aponte queda da mortalidade, os números ainda revelam que 80 mulheres perderam a vida em decorrência da gravidez.
Publicado em 13/04/2012 às 6:30
A Paraíba registrou nos últimos 3 anos redução de 37,5% de mortalidade materna, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Em 2009, foram registrados 32 óbitos, número que caiu para 28 em 2010 e ficou em 20 no ano seguinte. Embora o resultado aponte queda da mortalidade, os números ainda revelam que 80 mulheres perderam a vida em decorrência da gravidez em apenas três anos. O agravante é que a faixa etária com maior incidência de mortes é entre 20 e 29 anos.
Os dados representam as mortes de mulheres durante a gestação ou em até 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração da gravidez. Contempla qualquer condição relacionada ou agravada pela gravidez, mas exclui causas externas, como homicídios, acidentes e mesmo suicídios pós-parto não são contabilizadas.
Apesar da redução da mortalidade materna entre 2009 e 2011, dados da SES mostram que o quantitativo de óbitos já foi inferior ao registrado no último ano. Em 2006, a Secretaria registrou 17 óbitos, contudo o indicador subiu para 20 em 2007, 26 em 2008, e atingiu o pico em 2009, com 32 casos de mortes de mulheres por complicação durante a gravidez ou após o parto. Ou seja, no acumulado dos últimos seis anos foram registrados 143 mortes em 74 municípios da Paraíba. O maior número de mortes maternas, entre 2006 a 2011, foram em João Pessoa (24), Campina Grande (14), Esperança (4), Santa Rita (4) e Alhandra (3).
Quem está apreensiva por apresentar problemas na gravidez é a índia Luciana Maria dos Santos, 28, da Baía da Traição, litoral norte. Com apenas três meses de gravidez, ela desenvolveu diabete gestacional e recebeu o alerta da obstetra sobre os perigos da doença. “Estou tomando insulina diariamente, mas não está resolvendo. Provavelmente terei que passar o resto da gestação internada no hospital porque na tribo em que eu moro não tem condições. Estou com muito medo de morrer ou de perder mais um filho”, comentou a índia.
De acordo com a SES, a redução no número de mortes de mães durante ou após a gravidez é resultado do trabalho preventivo realizado através do pré-natal que é desenvolvido na atenção básica dos municípios. Por sua vez, o trabalho do Estado tem sido orientar e apoiar os municípios na construção de planos regionais e municipais para discutir a rede obstétrica existente bem como fortalecê-la para melhor servir a grávida.
Para execução de atividades preventivas, a SES selecionou quatro áreas prioritárias, entre elas, a Região Metropolitana de João Pessoa, Campina Grande, Patos e Cajazeiras. Para estas regiões o Ministério da Saúde disponibiliza recursos para quatro componentes que são pré-natal, com custeio de exames para as gestantes e deslocamento para as consultas e o nascimento do bebê; parto, puerpério e atenção integral à saúde da criança, que inclui custeio para exames complementares além de repassar recursos financeiros para o sistema logístico com o custeio dos serviços de urgência no transporte do recém-nascido com incubadoras em ambulâncias avançadas.
Já os municípios que não fazem parte das regiões prioritárias podem fazer a adesão à Rede Cegonha para serem contemplados com o componente pré-natal, com custeio de exames para as gestantes e deslocamento para consultas e o parto. Segundo a assessoria da SES, no Estado já foram autorizados o repasse de recursos, em parcela única, para 41 municípios.
Para tentar reverter o problema da mortalidade materna, os Estados estão aderindo à Política Nacional de Humanização (PNH) do Governo Federal, que estabelece procedimentos para o parto saudável e mais seguro. Na Paraíba, duas maternidades da rede estadual, a Frei Damião e a do Hospital Edson Ramalho, acompanham as grávidas, focando os casos de baixo e alto risco de João Pessoa e cidades próximas. (Luzia Santos)
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