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VIDA URBANA

Mortes de idosos por Aids crescem na PB

Dados da Secretaria Estadual de Saúde revelam aumento no número de mortes por Aids entre pessoas com mais 50 anos.

Publicado em 01/12/2012 às 6:00


Em 13 anos, as mortes causadas por Aids entre pessoas com mais de 50 anos aumentaram na Paraíba, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Em 1999, quando ocorreram os primeiros óbitos nessa faixa etária, houve quatro vítimas.

A mortalidade foi crescendo de forma gradativa nos anos seguintes e, em 2011, alcançou o total de 24 registros. Outros 20 óbitos ocorreram apenas entre janeiro a outubro de 2012. A resistência em usar preservativos é apontada por especialistas como a principal causa dessa realidade.

Os primeiros diagnósticos apareceram em 1985, quando sete pessoas contraíram a doença na Paraíba, segundo dados do Ministério da Saúde. No entanto, as mortes só ocorreram em 1999.

Quatro portadores perderam a vida naquele ano. Em todas faixas etárias, houve 1.263 óbitos no Estado, entre 1999 e outubro de 2012, em virtude do vírus HIV. Deste total, 179 são maiores de 50 anos de idade, o que representa 14,17% dos casos.

Para a assistente social Viviane Alves, questões culturais e crença na falsa fidelidade são as causas dessa mortalidade. Ela é coordenadora da Amazona, uma organização não governamental que trabalha na prevenção da Aids na Paraíba, e destaca que, apesar das ações de conscientização, ainda é grande a quantidade de pessoas que não se previnem.

“De forma geral, a maioria da população ainda não se previne contra a Aids e os idosos não são diferentes. A tendência é que essa epidemia também atinja essa faixa etária por causa da resistência que eles têm em usar camisinha”, diz.

A pesquisadora acrescenta que as pessoas que têm mais de 50 anos de idade nasceram e foram criadas numa época em que os casos da doença não eram tão comuns. Por isso, os cuidados com o contágio não fizeram parte dessa educação e são pouco assimilados nos dias atuais.

“Sem essa cultura enraizada, os idosos, principalmente, os homens, resistem em usar a camisinha. Para agravar ainda mais essa situação, muitos usam medicamentos que estimulam o desejo sexual e têm mais atividade sexual. Sem proteção, ficam vulneráveis a contrair o HIV”, destaca a assistente social.

Já nas mulheres com mais de 50 anos, a principal causa de contágio é cultural. “Muitas cresceram sem poder discutir a questão sexual dentro de casa. São mulheres que tiveram apenas um parceiro sexual na vida e que possuem uma relação estável há anos. Por isso, acham que não precisam se prevenir. Acabam pegando a doença com o marido”, detalha.

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Jornal da Paraíba

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