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VIDA URBANA

Mortes por causa de aborto crescem na PB

Óbitos de mulheres estavem em queda, mas voltaram a subir este ano no Estado.

Publicado em 18/11/2012 às 12:00


Apesar dos avanços da Medicina, a Paraíba continua registrando mortes de mulheres por causa de complicações deixadas por abortos. Os registros, que estavam em queda há dois anos, voltaram a subir em 2012, quando houve, até a última contagem, três notificações. Em 13 anos, foram 27 óbitos. Para especialistas, a mortalidade é provocada pela cultura machista que ainda impera no Estado.

Segundo o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a maior quantidade de registros de morte por aborto ocorreram em 1999 e 2001 na Paraíba. Ao todo, foram 10 ocorrências nesses dois anos.

Nos períodos seguintes, o número de casos caiu. Até 2008, os registros anuais não passavam de três. No entanto, em 2009, houve aumento, quando morreram quatro mulheres na Paraíba por conta desse problema de saúde. Já em 2010 e 2011, os números se mantiveram em um caso anual.

Para a coordenadora de Saúde de Mulher e Direitos Sexuais e Reprodutivos da Secretaria de Políticas de Mulheres para as Mulheres, Jania Paula de Carvalho Gomes, essa incidência é resultado da cultura machista que ainda impera na Paraíba. “As mulheres ainda são vítimas da vulnerabilidade socioeconômica.

Em relação aos homens, elas ainda ganham menos, são mais pobres e enfrentam mais dificuldades para dialogar sobre gravidez e métodos contraceptivos”, disse.

A coordenadora, que realizou uma pesquisa sobre aborto, conta que muita gravidez não planejada ocorre por falta de orientação. Ela explica, por exemplo, que as pílulas anticoncepcionais não são 100% eficazes. Por conta disso, é necessário que o parceiro também use preservativo. No entanto, as mulheres ainda são inibidas de tocar no assunto.

“Falar de gravidez e de sexo ainda é um tabu para muitas famílias na Paraíba. Nenhum método anticoncepcional é 100% seguro. A questão da violência ainda é outro problema. Quando estão envolvidas com homens agressivos ou envolvidos com drogas, muitas mulheres têm medo de pedir que o parceiro use camisinha”, diz a gestora.

Apesar dos números, a coordenadora não acredita que falte assistência médica às mulheres. Ela disse que João Pessoa possui maternidades preparadas para atender as vítimas de aborto. E, mesmo assim, teve registros de mortes.

“Este ano tem sido atípico. As mulheres foram mais vítimas da violência doméstica, do envolvimento com drogas e também do aborto. Acredito que isso se deve mesmo à questão social e econômica. As mulheres ainda são submetidas à violência marital, psicológica e patrimonial. É preciso, primeiro, mudar a cultura machista que impera na Paraíba e que escraviza a mulher para depois mudarmos as estatísticas de mortes”, observou.

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Jornal da Paraíba

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