VIDA URBANA
Mortes por pneumonia crescem
Números da SES apontam que mortalidade da doença vem aumentando com o passar dos anos.
Publicado em 27/06/2014 às 6:00 | Atualizado em 02/02/2024 às 11:08
Em média, duas pessoas morreram todos os dias na Paraíba durante os cinco primeiros meses deste ano, após serem vítimas da pneumonia. Foram 297 casos registrados apenas entre janeiro e maio de 2014, período que compreende 151 dias. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
As cidades com maiores registros são João Pessoa (142), Campina Grande (77), Sousa (32), Patos (30), Cajazeiras (19), Guarabira (11), Santa Rita (9), Pombal (7) e Itabaiana (7). Desde o ano de 1999, quando as mortes da doença começaram a ser contabilizadas na Paraíba, já houve 8.663 óbitos no Estado.
De acordo com os números, a mortalidade da doença vem aumentando com o passar dos anos. Em 1999, foram 211 registros. No ano seguinte, subiu para 243. Em 2001, o total saltou para 247. A quantidade de mortes continuou crescendo nos anos seguintes até chegar a 839 casos em 2012 e saltar, mais uma vez, para 1.243, em 2013.
De acordo com o pneumologista, membro do Conselho Regional de Medicina da Paraíba e presidente do Comitê de Tabagismo da Associação Médica da Paraíba, Sebastião de Oliveira Costa, os fumantes e os idosos são as principais vítimas da patologia.
Com 36 anos de experiência no combate a doenças respiratórias, o especialista explica que o cigarro provoca acúmulo de resíduos tóxicos no organismo, o que reduz as defesas naturais da pessoa. “O cigarro age de forma diferente em cada ser humano, mas provoca danos graves. Quem fuma está mais suscetível a desenvolver pneumonia em relação a quem não fuma porque tem o aparelho respiratório mais fragilizado. E se o fumante for idoso, a situação ainda é mais complicada”, alerta.
Sebastião Costa acrescenta que as defesas naturais do organismo vão ficando menores com o avanço da idade, o que deixa os idosos mais vulneráveis não apenas a desenvolver, como também a sofrer com o estado mais grave da pneumonia.
“Se essas pessoas fumarem, os brônquios acumulam secreções que auxiliam na cultura de bactérias. Por ser mais frágil, o aparelho respiratório do idoso não expele do corpo as substâncias tóxicas do cigarro e essa impureza vai sendo acumulada”, disse.
Os sintomas da pneumonia são tosse, febre, secreção amarelada e dor na região do tórax. O paciente ainda fica indisposto e sem ânimo até para realizar atividades simples, como curtas caminhadas.
Apesar de ter cura e tratamento disponível na rede pública de saúde, a pneumonia tem sido apontada como uma das doenças respiratórias que mais matam no país. Isso ocorre por que a doença é uma forma mais grave de infecção bacteriana, que é causada, geralmente, após a instalação de uma virose.
Por apresentar sintomas muito parecidos com os da gripe, por exemplo, a pneumonia é facilmente confundida pelas pessoas com outro o tipo de doença. Isso faz com que o caso não receba a atenção devida. No entanto, mesmo com alguns sinais parecidos com os da gripe, alguns indícios podem apontar a presença da pneumonia.
De acordo com Sebastião Costa, a pessoa precisa procurar ajuda assim que notar mudança na cor da secreção expelida por nariz ou boca. Se a secreção passar das cores claras para tonalidades verdes e se ainda for acrescida de febre durante mais de três dias, a recomendação é que o paciente seja levado para atendimento médico. Os indícios podem apontar o começo de um processo inflamatório, que pode ser a pneumonia, bronquite ou sinusite, como explicou o médico.
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