Motivos para a evasão são os mais variados

Ingressar em um curso superior é considerado muitas vezes um ritual de passagem que representa amadurecimento profissional e pessoal. Para o pró-reitor de Graduação da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Eli Brandão, muitos estudantes encaram o desafio de ser aprovado no vestibular apenas para fazer parte do corpo discente de instituições de ensino superior.

“Eles muitas vezes optam pelo curso que apresenta menor concorrência, isso eu detectei em conversas com alunos. O problema também ficou mais expressivo, após o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Ele quer concorrer a um determinado curso, mas não tem chances de ser aprovado com a pontuação que conseguiu. Dessa forma eles selecionam algum curso em que possam ingressar. Ingressar na universidade é um rito de passagem, mesmo que não seja para o curso desejado,” afirmou Eli Brandão.

Já a reitora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Margareth Diniz, apontou a reopção de curso como um dos principais fatores para a alta evasão. “O aluno faz concurso para um determinado curso e depois tem várias oportunidades de fazer reopções. Para não dizer que não está na universidade, ele aceita ingressar em um curso que não era pra ele a prioridade. Dessa forma fica desestimulado já que não era aquilo de fato que ele queria. Isso é de fato uma das razões para abandono de curso”, pontuou a reitora.

Porém, na UEPB foi verificado que alguns alunos não comparecem às aulas, entretanto se matriculam a cada semestre no curso com o intuito de ter direito a carteira estudantil. Eles são os chamados 'alunos carteiristas'.

“Esse é o aluno que consta no sistema porque ele se matricula a cada semestre mas não cursa, são os carteiristas. Nós vamos enviar ao Conselho Universitário (Consuni)para normatizar estes casos. O aluno fica 'prendendo' a vaga tanto pela carteira estudantil, quanto pela conta universitária em bancos, para pagar taxas mais baixas”, explicou Eli Brandão.