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VIDA URBANA

Motos fazem 7,6 mil vítimas de acidentes

Dados revelam aumento de 5,3% nos atendimentos às vítimas de acidentes de moto.

Publicado em 27/07/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:36

Hoje é o Dia do Motociclista, mas a data comemorativa também serve de alerta sobre os riscos enfrentados cotidianamente por quem trafega sobre duas rodas. É o que demonstram as estatísticas divulgadas ontem pelos dois maiores hospitais de emergência da Paraíba. Só no primeiro semestre deste ano, 7.687 mil vítimas de acidentes de moto foram atendidas nos hospitais de Trauma de João Pessoa e Campina Grande, o que representa um aumento de 5,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

A maioria dos casos foram atendidos no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, responsável pelo atendimento de pacientes vindos de 173 municípios do Estado. De janeiro a junho de 2013, a unidade recebeu 4.879 pacientes com ferimentos provocados por acidentes com motos, enquanto o Hospital Trauma Senador Humberto Lucena, na capital, atendeu no mesmo período 2.808 vítimas de ocorrências deste tipo.

Os dados apontam ainda para um aumento na violência do trânsito, principalmente entre os motociclistas. O maior índice de elevação também foi registrado no Trauma de Campina Grande, onde o atendimento subiu 6,9% em comparação ao primeiro semestre de 2012, quando a unidade registrou 4.564 casos. Já no Trauma de João Pessoa as estatísticas se mantiveram mais estáveis, com aumento de 2,7% em relação a 2012, quando foram atendidos 2.734 pacientes de janeiro a junho. Juntas, a duas unidades de emergências atenderam 7.298 vítimas de ocorrências com moto no mesmo período.

A maioria das vítimas possui idade entre 18 e 24 anos e os finais de semana ainda concentram boa parte dos casos.

De acordo com o médico Flawbert Cruz, diretor médico do Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, a imprudência continua sendo apontada como a principal causa, apesar das constantes campanhas de conscientização. “Temos também cada vez mais jovens com acesso à primeira habilitação e eles muitas vezes ainda não tem a prudência necessária”, avalia.

O maior rigor na fiscalização da Lei Seca também já está aos poucos gerando efeitos positivos, mas a embriaguez ainda provoca muitas vítimas.

“Muitas pessoas ainda não sentiram a efetivação da Lei Seca, embora a gente tenha percebido uma redução de 10% dos casos nos finais de semana, geralmente mais relacionados com bebedeira. O jovem ainda não sente que a lei seca está presente nas ruas”, acredita Flawbert Cruz.

Os dados apontam o menor índice de feridos em ocorrências com carros, que representam em média 10% do volume de pacientes em comparação ao total de vítimas em motocicletas.

“A moto hoje é o grande vilão no trânsito. O acidente de carro tem uma proteção que impede muitas vezes o trauma de crânio e de membros. Já todo acidente de moto, por menor que seja, gera queda do motociclista, o que traz mais risco de lesão corporal mais séria, principalmente se a vítima estiver sem capacete, fazendo com que o crânio seja o primeiro afetado”, diz Cruz.

VÍTIMAS TÊM SEQUELAS DEFINITIVAS

Além de gerar o maior número de ocorrências, os acidentes com motos também provocam ferimentos mais graves. Em média, 15% das vítimas sofrem algum tipo de sequela definitiva, como amputação de membros, paraplegia ou até mesmo retardo mental, comum em casos graves de traumatismo craniano. Outros 80% das vítimas saem do acidente com alguma tipo de sequela temporária, ficando afastados para tratamento por um período que varia de três meses a dois anos.

Os dados são do Hospital de Trauma de Campina Grande. Ainda segundo os dados, cerca de 5% dos motociclistas que chegam ao hospital acabam morrendo.

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Jornal da Paraíba

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