MP apura denúncias de estupro e agressão no Juliano Moreira

Da Redação

Após denúncias na imprensa de que os pacientes do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, localizado em João Pessoa, estariam sendo vítimas de violência e estupro, a promotora da Saúde do município, Marias das Graças, afirmou que vai realizar uma inspeção na unidade na quarta-feira (21), às 15h, para averiguar os fatos.

As informações vieram à tona depois que o portal de notícias 'Paraíba Já' recebeu e divulgou nesta terça-feira (20) uma carta de um suposto funcionário do hospital “indignado” com a “podridão” existente no local. Segundo o autor do documento, é comum as pacientes sofrerem crime de estupro por parte de funcionários, a exemplo de vigilantes. Quando as pacientes comunicam o fato para a família, contudo, os supostos estupradores justificariam que “isso era coisa da cabeça delas”.

Os pacientes da unidade hospitalar, segundo o denunciante, ainda seriam vítimas de espancamento e alguns até morriam em consequência da violência. “Os pacientes morrem e ninguém sabe o porque, como foi o caso de um que morreu esses dias e o médico do Juliano diagnosticou que tinha sido infarto, mas quando fizeram a perícia detectaram espancamento até a morte”, dizia trecho da carta.

A diretora do Juliano Moreira, Clélia Lucena, contudo, negou as denúncias e disse desconhecer qualquer tipo de mau-trato na unidade hospitalar. Ela acrescentou ainda que por se tratar de ano eleitoral, as denúncias podem estar ligadas com “politicagem”. Clélia afirmou estar surpreendida com os fatos divulgados na imprensa e enfatizou que não aceita e nem apóia essas atitudes criminosas. “O máximo que pode ter acontecido é um paciente em algum 'surto' ter agredido outro”, completou.

A carta enviada à imprensa ainda traz denúncias de desvio de alimentos, medicamentos e até tráfico de drogas. O Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, que é vinculado à Secretaria de Saúde do Estado, atende pacientes que sofrem de algum tipo de doença psiquiátrica.