MP convoca policiais para depoimentos sobre defeitos em armas Taurus

Os policiais civis e militares da Paraíba têm um prazo de 30 dias para comparecerem ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) e prestarem esclarecimentos sobre possíveis defeitos apresentados em armas da marca Taurus pertencentes ao Estado. A convocação foi feita pelo Núcleo de Controle Externo de Atividade Policial (Ncap), que abriu uma investigação contra a fabricante ainda em 2017.

O Ncap quer checar a qualidade e a eficiência das armas de fogo da Segurança Pública da Paraíba.O procedimento de investigação foi instaurado após uma reportagem do programa 'Fantástico' da Rede Globo que mostrava os problemas em armamentos da Taurus, incluído uma das mais usadas no estado, a pistola 24/7.

“Conversando com um dos instrutores da Academia de Polícia, ele mencionou a qualidade da arma e disse que a probabilidade de incidente é grande, não só com as polícias, mas também com pessoas que compraram essa arma, modelo 24/7”, afirmou ao JORNAL DA PARAÍBA o promotor Túlio Fernandes, quando o procedimento foi instaurado. Ele também ressaltou que ouviu relatos de que uma submetralhadora Taurus usada pelos policiais também tem apresentado problemas.

>>Arma que feriu sargento é uma Taurus e estava travada

Quando o procedimento de investigação foi instaurado, a Taurus afirmou, em nota, que “todas as perícias realizadas até hoje dentro das normas aplicáveis comprovam que não há defeito ou falha no projeto ou nos mecanismos de segurança e funcionamento dos produtos Taurus”. Disse ainda que a empresa mantém um programa gratuito de revisão e manutenção preventivas de seus produtos.

Dentro do procedimento, já foram requisitadas informações da Secretaria de Segurança e Defesa Social sobre o quantitativo de armas da marca Taurus, e a relação das que apresentaram defeitos. Também foi requisitada à empresa Taurus a relação de todas as armas de fogo fornecidas ao Estado da Paraíba, nos últimos 15 anos, indicando tipo, modelo e calibre de cada arma de fogo. Essas informações não foram detalhadas pelo Ministério Público da Paraíba.