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VIDA URBANA

MP detecta caos na estrutura e falta de médicos no Trauminha

Pacientes foram vistos em macas nos corredores à espera de atendimento e cirurgias. Camas com ferrugem, colchões rasgados e até um teto prestes a cair foram encontrados.

Publicado em 10/03/2011 às 16:00

Da Redação
Com Acom do MPPB

Superlotação, pacientes em macas espalhadas nos corredores, problemas estruturais, falta de profissionais de saúde, de higiene e de produtos básicos como álcool gel. Esses foram alguns dos principais problemas encontrados, na manhã desta quinta-feira (10), no Hospital de Trauma de Mangabeira, em João Pessoa, conhecido como Trauminha.

Muitas das irregularidades constatadas pelo Ministério Público e por representantes dos Conselhos Regionais de Medicina, Farmácia, Enfermagem, Serviço Social, Odontologia, Engenharia e Arquitetura e Nutrição já haviam sido registradas na inspeção realizada na unidade há cerca de cinco meses.

De acordo com o promotor de Justiça da Saúde, João Geraldo Barbosa, os responsáveis pelo hospital e a Secretaria Municipal de Saúde serão notificados e poderão responder à ação civil pública, caso as irregularidades não sejam resolvidas. “Vou dar prosseguimento ao procedimento administrativo que está em tramitação na promotoria e, tão logo receba os novos relatórios de inspeção que serão elaborados pelo conselhos, vou instruir o procedimento para a eventual necessidade de instauração de ação civil pública com obrigação de fazer”, disse.

O promotor de Justiça também lamentou a forma como foi barrado por dois seguranças armados que trabalham no hospital. “Mesmo após ter me identificado, eles alegaram que tinham ordem de não permitir a entrada sem autorização da direção do hospital. Tive que me dirigir à outra recepção, onde me deparei com outro problema: a recusa do ingresso da imprensa para acompanhar a inspeção. O pior é que só após meia hora do início da fiscalização (aproximadamente às 10h30) é que apareceu alguém da direção do hospital”, criticou.

Irregularidades

Dentre as irregularidades encontradas pela equipe de fiscalização coordenada pela Promotoria de Justiça da Saúde estão a falta de profissionais de enfermagem em alguns plantões, no setor de agência transfunsional e nas ambulâncias tipo B. “O Conselho Regional de Enfermagem também detectou como de grande gravidade o fato de que os enfermeiros tinham que sair da assistência para chamar os médicos no repouso, porque eles não atendiam o telefone da sala de repouso nem os celulares”, disse o promotor de Justiça.

O Conselho de Engenharia e Arquitetura encontrou problemas estruturais como infiltrações, mofo, rachaduras na sala de raio X e alguns banheiros sem acessibilidade. No banheiro da pediatria, o teto está prestes a cair e precisa de reparos e manutenção urgentes. “Em que pese o Corpo de Bombeiros não ter comparecido mais uma vez à inspeção – o que é lamentável -, o Crea informou que os extintores do hospital estão com vencimento aprazado para o próximo mês de abril”, alertou João Geraldo.

Na sala de sutura, a equipe se deparou com mal cheiro de urina. Na enfermaria, os prontuários dos pacientes não tinham registro de assistência. A farmácia e outros setores apresentam problemas de ventilação e alguns aparelhos de ar condicionado da unidade estão quebrados. Foram encontrados dispensadores de álcool gel vazios, camas enferrujadas e colchões remendados com esparadrapos.

O Conselho Regional de Odontologia também constatou a falta de dentista nos leitos dos pacientes, o que desrespeita a Portaria 1032/2010 do Ministério da Saúde

Pacientes nos corredores

Muitos pacientes foram flagrados em macas espalhadas pelos corredores do hospital à espera de atendimento e de cirurgias. Um deles era o aposentado Augusto Pedro dos Santos, de 101 anos, que havia sido encaminhado pelo Hospital do Valentina Figueiredo ao Hospital de Trauma para fazer um raio X.

“Ele foi levado pelo Samu e a filha que o acompanhava foi informada de que não havia previsão de quando ele seria liberado. O paciente idoso é portador de diabetes e hipertensão, estava com suspeita de pneumonia e aguardava há várias horas em uma maca no corredor do hospital. Após a inspeção, a direção disse que estava providenciando o encaminhamento do paciente para o hospital do Valentina em carro da própria unidade”, informou o promotor.

O paciente Maurício Ferreira de Melo aguardava há sete dias por uma cirurgia na tíbia e a idosa Creuza Nunes Farias, de 75 anos, também esperava em uma maca no corredor do hospital por uma cirurgia no braço. “Muitos internos reclamaram do hospital e disseram que estavam há mais de quatro dias sem atendimento. Um deles, o senhor José Roberto Aguiar, disse que só foi medicado depois de passar quatro dias com febre na unidade”, disse o promotor.

A reportagem do Paraíba1 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde que informou, através da sua assessoria de imprensa, que nenhuma notificação oficial do Ministério Público foi recebida até a tarde desta quinta-feira (10), mas que providências já estão sendo tomadas para sanar os problemas do Hospital.

Atualizada às 16h47

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Jornal da Paraíba

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