VIDA URBANA
MP investiga origem de lençóis americano
Órgãos querem descobrir se existe alguma empresa do Estado envolvida na compra irregular do lixo hospitalar.
Publicado em 21/10/2011 às 6:30
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) e as equipes de Vigilância Sanitária do Estado e do Município de João Pessoa estão rastreando a origem dos lençóis usados por hospitais americanos e que foram revendidos na capital. Os órgãos querem descobrir se existe alguma empresa do Estado envolvida na compra irregular do lixo hospitalar.
A secretária municipal de Saúde de João Pessoa, Roseane Meira, também determinou maior rigor na fiscalização em hospitais públicos e privados da capital paraibana. Mesmo destacando que as instituições municipais e estaduais seguem à risca as normas exigidas pela Vigilância Sanitária, ela disse que a situação detectada em Pernambuco serve como alerta e já é motivo para aumentar o rigor nas inspeções também em João Pessoa.
“Desde 2005 que estou à frente da secretaria e nunca recebi denúncias desse tipo. Acredito que isso (revenda de lixo hospitalar) não ocorra nos hospitais municipais e estaduais da capital, porque eles seguem as normas sanitárias no descarte dos resíduos. Vamos ficar alertas também para combater a infecção hospitalar”, declarou.
Ontem, o JORNAL DA PARAÍBA mostrou que duas peças do material, considerado lixo hospitalar, foram compradas por um morador dos Bancários a um vendedor ambulante. A suspeita é que os lençóis tenham entrado em João Pessoa pelas mãos de vendedores informais. Eles costumam adquirir confecções na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco, para revendê-las em João Pessoa. Santa Cruz do Capibaribe é um dos locais em que o lixo hospitalar dos Estados Unidos foi encontrado à venda, após a Receita Federal ter apreendido dois contêineres com 46 toneladas do material no Porto de Suape (PE).
Segundo o gerente da Vigilância Sanitária de João Pessoa, Ivanildo Brasileiro, as autoridades da Paraíba já solicitaram a órgãos de Pernambuco informações sobre o destino das cargas apreendidas no Porto de Suape (PE). “Nossa intenção é saber se alguma empresa paraibana estava receptando essas cargas. Só a partir dessa informação, é que poderemos adotar outras medidas”, informou.
Brasileiro acrescentou que o contato com equipes sanitaristas pernambucanas está sendo pela Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa). De acordo com o sanitarista, os lençóis representam um sério risco à saúde pública, porque podem conter bactérias e fungos resistentes a até temperaturas de 250 graus centígrados.
Mesmo que o material, esteja aparentemente limpo, ainda pode transmitir sérias doenças. “Esses lençóis exigem uma esterilização de alto nível, que envolve, por exemplo, uso de autoclave a vapor e óxido etileno, que é um gás químico. Água sanitária e mergulhar em água quente são coisas que não resolvem”, declara.
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