VIDA URBANA
MP quer sindicância sobre morte no Trauma de Campina
De acordo com promotor, paciente morreu após esperar 11 horas por avaliação médica.
Publicado em 10/11/2011 às 20:03
Uma audiência foi realizada na tarde desta quinta-feira (10) com a presença do Ministério Público, representado pelo promotor da Justiça, Herberth Targino, a diretoria do Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, representada pelo diretor geral Geraldo Antônio Medeiros e o diretor técnico Flawber Cruz, além de médicos cirurgiões do hospital.
O encontro foi solicitado pela direção do hospital com o objetivo de discutir um caso que aconteceu no dia 24 de outubro. De acordo com Targino, um paciente deu entrada na unidade hospitalar às 18h39, mas a avaliação médica só aconteceu às 5h30 do dia seguinte e ele acabou morrendo por volta das 7h30 com uma lesão no fígado que passou despercebida.
A sindicância vai investigar se houve culpa dos médicos na morte do paciente, que tinha fraturas no quadril e na perna, além de hemoglobina baixa, já que a avaliação aconteceu mais de 11 horas depois da chegada dele. O laudo da necropsia do paciente mostra que houve lesão no fígado com muita perda de sangue no abdômen.
Segundo o termo de audiência, os profissionais médicos das áreas cirúrgica e traumatológica não estão ficando na Área Vermelha, ala que trata de pacientes em estado grave, do Hospital de Trauma. O termo também enumera outras irregularidades, como a falta de um Protocolo de Atendimento estabelecido formalmente na unidade hospitalar e o não cumprimento da estratificação de Avaliação de Risco pelos plantonistas.
“A reivindicação da diretoria do Trauma é que o traumatologista e os cirurgiões gerais fiquem na área vermelha, para que quando alguém se apresentar em estado grave, tenha atendimento”, pediu o diretor geral, Geraldo Antônio Medeiros.
O Ministério Público decidiu solicitar a abertura de uma sindicância ao Conselho Regional de Medicina (CRM) para apuração da postura ética dos profissionais. Também será pedido que a Secretaria Estadual de Saúde avalie se haverá renovação ou não do contrato firmado com as cooperativas que prestam serviço ao hospital, além do encaminhamento à esfera policial para a apuração de responsabilidade penal dos médicos pela morte do paciente.
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