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VIDA URBANA

MP recomenda fechamento de motel onde menor foi assassinada

Após um acordo com advogados dos sócios, foi assinado um termo de declaração, onde empresários se comprometem a manter motel fechado a partir de hoje.

Publicado em 23/07/2015 às 17:25

O Hiper Motel, onde uma adolescente de 17 anos foi assassinada no último dia 12 de julho, foi fechado na tarde desta quinta-feira (23) em Campina Grande. O fechamento foi resultado de uma acordo firmado entre a Promotoria da Infância e Juventude de Campina Grande e os dois proprietários do estabelecimento, que está com o alvará de funcionamento vencido desde o dia 10 de julho. A reabertura só acontecerá após a renovação do documento.

Segundo o promotor Herbert Targino, o fechamento temporário do estabelecimento não foi uma imposição do Ministério Público, mas uma recomendação para evitar novos problemas. Ele disse ainda que após um acordo com os advogados dos dois sócios, foi assinado, na sede do Ministério Público em Campina Grande, um termo de declaração, onde os empresários se comprometem a manter o motel fechado já a partir de hoje.

Conforme o advogado Félix Araújo Filho, que representa os dois proprietários, a iniciativa foi de comum acordo e não se trata de um fechamento, mas sim de uma suspensão até que a situação do estabelecimento seja regularizada. Ainda conforme ele, os proprietários do motel deram entrada na tarde desta quinta em um pedido de alvará na prefeitura da cidade.

Em paralelo ao acordo, a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Infância e Juventude segue investigando a responsabilidade do estabelecimento em relação ao homicídio, já que os funcionários permitiram a entrada de menores de 18 anos sem autorização dos responsáveis, contrariando o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Como o crime aconteceu
Caroline da Silva Almeida, 17 anos, foi morta com um tiro no rosto dentro de um quarto na noite do último domingo (12). Segundo a polícia, ela, a irmã de 14 anos e outra adolescente de 16 anos estavam no bairro do Pedregal e saíram para dar um passeio com os acusados, Joelson Santos Diniz, de 18 anos , Luciano Sinfrônio da Silva, de 19 anos, que as levaram para o motel.

Os dois já foram presos e de acordo com a investigação, Joelson teria ficado irritado depois que Caroline se recusou a manter relações sexuais com ele, alegando que estava menstruada, e atirou na cabeça dela. Ao delegado de homicídios Francisco de Assis, que preside o inquérito investigativo, o segundo suspeito disse que não teve nenhuma participação no assassinato da jovem e que foi obrigado a dirigir na fuga. Ele assumiu que, com medo de ser preso, chegou a ameaçar a irmã da vítima para que não os denunciassem, segundo informou a polícia.

Na última sexta-feira (17), o Ministério Público da Paraíba (MPPB) incluiu o nome do proprietário do motel no processo judicial do homicídio. Na época, o promotor de infância e juventude da comarca de Campina Grande, Herbert Targino, afirmou que o motivo para a inclusão foi o fato de o MPPB acreditar “que o dono do local é coautor da exploração sexual pois ele deu livre acesso à adolescente”. Conforme Targino, '”caso o estabelecimento tivesse proibido que a vítima entrasse no local, o crime poderia ter sido evitado".

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Jornal da Paraíba

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