MPPB discute aumento de leitos

Crianças que precisam de internação em leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) enfrentam fila de espera na Paraíba. O déficit de leitos na emergência e até mesmo em enfermarias pediátricas foi discutido ontem, em audiência pública, na promotoria da saúde de João Pessoa. Na ocasião, a coordenadora do Centro de Apoio Operacional (Caop) das promotorias da Saúde do Ministério Público Estadual, Adriana Amorim de Lacerda, revelou que o Estado dispõe de apenas 49 leitos de UTI, quantitativo que precisaria dobrar para atender à demanda da população.

A falta de leitos tem se agravado com o fechamento de hospitais.

Na capital, no final do ano passado, o Hospital Santa Paula que apesar de ser privado tinha convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) e atendia pacientes da rede pública, encerrou as atividades e após demitir os funcionários está fechado. Já em Guarabira, no Brejo, o Hospital Nossa Senhora da Luz que oferecia atendimento pediátrico e de obstetrícia, exclusivamente, está fechado desde 2010. Em Santa Rita, o hospital infantil da cidade também está fechado. “Toda a população que antes tinha assistência nessas cidades está procurando a capital”, esclareceu a coordenadora da Caop.

O diretor de regulação da Secretaria de Saúde de João Pessoa, Alessandro Melo, alegou que o município vai ampliar a oferta de leitos . “Já está em construção 10 novos leitos de UTI pediátrica no Hospital Municipal do Valentina Figueiredo, com previsão de conclusão em outubro. Também é possível fazer convênios para acabar com fila no Hospital Estadual Arlinda Marques, para internamento e cirurgias. Em relação ao Hospital Santa Paula, estamos vendo junto com o Estado a possibilidade de reabrir o hospital”, esclareceu.

A presidente da Sociedade Paraibana de Pediatria, Kátia Laureano, que denunciou a falta de leitos pediátricos pede a urgente criação de leitos. “A realidade na Paraíba, tanto em João Pessoa quanto em outras cidades, é preocupante. A gente não encontra vagas nas UTIs pediátricas. Crianças que precisariam de cirurgias e que chegam em parada cardiorespiratória nos hospitais não têm leitos nas UTIs. Alguma coisa precisa ser feita urgente”, declara.