VIDA URBANA
MPPB vai buscar solução prática para o açude de Boqueirão
Novas medidas serão anunciadas para evitar um colapso maior sobre o abastecimento de água para a região polarizada por Campina Grande.
Publicado em 10/06/2016 às 9:01
Até a próxima semana, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) vai anunciar soluções práticas e objetivas sobre a crise hídrica que assola o açude de Boqueirão, que abastece Campina Grande e mais 18 municípios, e está com 9,1% de sua capacidade total. Esta semana, o órgão criou o ‘Comitê de Gestão da Crise Hídrica na Paraíba’ para tratar da resolutividade para o problema de abastecimento d’água para a região, anunciou o procurador-geral de Justiça, Bertrand de Araújo Asfora.
Presidido pelo procurador-geral Bertrand Asfora, o ‘Comitê’ será composto por instituições governamentais e instituições da sociedade civil. “Alguns serão convidados e outros convocados, de acordo com a legitimidade dada ao Ministério Público, conforme a legislação que nos autoriza”, adiantou.
Além dos órgãos e entidades que já integram a força-tarefa, o ‘Comitê’ também deverá ter representantes da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campina Grande (CDL-CG), do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Campina Grande (Sinduscon-CG) e do Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário do Estado da Paraíba (Sinduscon-PB).
Na reunião da última quinta-feira (9), o foco das discussões girou em torno da quantidade e da qualidade da água do Açude de Boqueirão que abastece a população de cerca de um milhão de habitantes dos municípios da região de Campina Grande. Além da previsão do açude só ter água disponível para o consumo humano até meados de janeiro de 2017, técnicos e pesquisadores confirmaram a presença de cinobactérias nessas águas que, dependendo dos laudos técnicos, o fornecimento de água potável poderá ser interrompido a qualquer momento. Esses dois fatores levaram à criação do ‘Comitê de Gestão da Crise Hídrica na Paraíba’ por parte do MPPB.
Outras medidas
Além da criação do ‘Comitê de Gestão da Crise Hídrica na Paraíba’, o procurador-geral Bertrand Asfora antecipou outras medidas, como a fiscalização dos carros-pipas que abastecem Campina Grande, que estariam distribuindo água contaminada; a fiscalização na perfuração de poços artesianos, que estariam sendo feitos sem autorização e análises dos órgãos competentes; e o uso indiscriminado e sem controle de água potável pela indústria da construção civil em Campina Grande.
Outras medidas serão o acompanhamento por parte do Ministério Público do laudo técnico que a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) vai receber na semana que vem acerca do grau de contaminação das águas do Boqueirão por cinobactérias; e o acompanhamento das previsões de chegada das águas oriundas das obras de transposição das águas do Rio São Francisco. “Estamos apenas começando. Temos que buscar soluções. E isso é uma política do Ministério Público da Paraíba”, enfatizou o procurador-geral Bertrand Asfora.
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