VIDA URBANA
Mudanças do corpo
Menstruação implica em pensar na sexualidade e na prevenção da gravidez precoce .
Publicado em 05/08/2012 às 19:16
A menstruação implica pensar em uma série de questões que envolvem a sexualidade e até mesmo a prevenção da gravidez precoce. “Ao menstruar, o corpo da menina muda completamente. Alterações na distribuição de gordura para coxas e quadris, que dão o formato arredondado, e o afinamento da cintura são comuns. Elas vêm junto com mudanças psicossociais e o aparecimento do interesse pelo sexo oposto, fazendo a menina ter atitudes mais delicadas e sensuais”, diz a ginecologista Anita Leopoldina Nunes Sousa.
As modificações da autoimagem da menina exigem da mocinha um certo grau de amadurecimento para conviver bem com as mudanças, principalmente porque elas não ocorrem de forma linear e equilibrada. “É possível que as pernas cresçam mais do que os braços, que as curvas se acentuem mais do que era esperado e muitas vezes aquele corpo com o qual existia uma convivência bem tranquila começa a ter um desenho que não corresponde às expectativas de uma sociedade bem exigente e padronizada”, explica a psicóloga Elenita Faissal.
A estudante Naiara Cristina de Aguiar, agora com 18 anos, estranhou o corpo quando as transformações provocadas pelos hormônios que passaram a atuar no organismo. “Eu comecei a ter seios crescidos antes de minhas amigas e durante muito tempo usei uma blusa por baixo da farda para que ninguém percebesse”, relatou. O disfarce não foi suficiente para evitar os comentários das amigas. “O difícil era enfrentar a aula de ginástica rítmica. A roupa era mais colada ao corpo e não tinha como esconder os seios crescidos. As meninas demonstravam espanto”, disse Naiara.
Apesar dos caracteres da puberdade precocemente, a estudante conta que aos 10 anos tinha apenas pequenos sangramentos e a menarca chegou aos 11 anos. “Passei por muitas situações complicadas. Cheguei a menstruar no colégio e as amigas tiveram de me emprestar uma farda. Fiquei com muita vergonha”, confidenciou.
A psicóloga Elenita Faissal explica que a consequência imediata das mudanças físicas e sensoriais vividas precocemente e sem a maturidade correspondente pode gerar uma autoestima fragilizada e um quadro emocional de insegurança e instabilidade.
Para ajudar a criança a enfrentar a nova fase da vida, a orientação é o acompanhamento do crescimento da filha.
“A intimidade e a aproximação afetiva com a mãe oferecem um espaço propício para que a menina possa questionar e tirar suas dúvidas e para que a mãe fale sobre sua própria experiência”, conta a psicóloga.
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