VIDA URBANA
Muito amor e esporte
Acolhido pela ambientalista Rita Mascarenhas, Fininho é revelação do surfe amador da Paraíba.
Publicado em 12/05/2013 às 11:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 15:51
Quando iniciou um projeto ambiental, 15 anos atrás, a bióloga Rita Mascarenhas não imaginava que o trabalho a faria encontrar um filho. Ela é fundadora da Guajiru, uma Organização Não Governamental que atua em defesa das tartarugas marinhas na Paraíba. No passado, a ONG também prestava assistência a crianças em vulnerabilidade social.
Foi assim que Rita conheceu José Francisco da Silva Neto, que é mais conhecido atualmente como 'Fininho' e considerado como revelação do surfe amador da Paraíba. “A ONG mantinha uma escola de surfe e cuidava da saúde, da alimentação e da roupas de algumas crianças que viviam nas ruas. Fininho tinha 9 anos e despertou minha atenção porque mostrava desejo de melhorar de vida. Os pais dele eram dependentes de álcool e havia muitas brigas em casa”, lembra Rita.
Aos poucos, o carinho de Rita por 'Fininho' foi crescendo. Até que um dia, ao saber que a família do adolescente havia perdido a casa, a ambientalista resolveu levá-lo para viver com a família dela. “Ele me dizia que nunca havia tido um quarto e uma mãe para mandá-lo ir para a escola. Isso me comoveu muito. Senti que precisava fazer algo".
Faz quatro anos que Fininho foi adotado por Rita. Além do carinho de mãe, a ambientalista se tornou a maior incentivadora da carreira do surfista.
“Tenho um filho biológico, mas não há diferença no que sinto por eles. Sinto o mesmo carinho e preocupação pelos dois”, garante a bióloga.
Mãe aos 16 anos
Jeânea Gomes da Silva mal tinha completado 16 anos quando descobriu que estava grávida, quatro anos atrás. A notícia chegou causando mudança no presente e no futuro da adolescente. “Eu estudava e precisei parar de ir à escola por causa do meu filho. Depois, eu engravidei novamente e não consegui mais voltar para o colégio, mas pretendo fazer isso no futuro”, disse Jeânea Gomes.
Com pouca idade e sem experiência, Jeânea ficou assustada com a gravidez, mas contou com a ajuda incondicional da mãe. “Ela me apoiou em tudo. Sem ela, nem sei como teria conseguido ter meus filhos”, desabafa.
Foi na casa apertada da mãe, composta por dois quartos, que Jeânea conseguiu se abrigar com os dois filhos. “O terraço foi transformado em um quarto e ela ficou por aqui. O pai das crianças assumiu a responsabilidade e eu sempre compro o leite dos meninos quando faço a feira. Com ajuda de Deus, tudo se resolve. Ele supre nossas necessidades e nunca nos deixou faltar nada”, diz a dona de casa, Eliane Gomes, 41 anos, mãe de Jeânea.
Ela lembra que a filha, em meio ao desespero, pensou em fazer aborto, mas desistiu da ideia após receber o amparo da família. “Eu disse assim para ela: 'com 15 dias de gestação, o coração da criança já está formado e batendo. É uma vida que deve ser amada'. Eu dei muito conselho antes de acontecer a gravidez. Mas depois que tudo ocorreu, a minha obrigação era dar apoio mesmo. Foi o que eu e o pai dela fizemos. O meu neto nem tinha nascido, mas eu já me preocupava com ele”, afirma a avó, com um certo brilho no olhar.
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