VIDA URBANA
Mulheres ainda recebem 20,5% a menos do que homens no Brasil
Novo Pnad Contínua do IBGE revela ainda quais profissões
Publicado em 08/03/2019 às 10:00 | Atualizado em 08/03/2019 às 17:25
As mulheres com ocupação formal no Brasil recebem 20,57% a menos do que homens. O dado faz parte do estudo “Diferença do rendimento do trabalho de mulheres e homens nos grupos ocupacionais - Pnad Contínua 2018”, divulgado nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O estudo analisou, em nível Brasil, as horas trabalhadas, a cor ou raça, a idade, o nível de instrução das mulheres ocupadas de 25 a 49 anos. Também foi estudada a distribuição por sexo nos grupamentos ocupacionais e as diferenças de rendimento médio real entre mulheres e homens.
Renda média
Segundo o IBGE, a população ocupada de 25 a 49 anos totalizava 56,4 milhões de pessoas no Brasil em 2018, com renda média de R$ 2.259. O estudo revelou, entretanto, que o homem ocupado no país recebe, em média, R$ 2.490, enquanto a média de salário das mulheres ficou em R$ 1.978, em 2018.
Em 2018, a mulher ocupada de 25 a 29 anos de idade recebia 14,02% a menos do que homem, no comparativo da remuneração dos homens (R$ 1.811) e das mulheres (R$ 1.557); Já na faixa de 30 a 39 anos a diferença subiu para 18,4%, ao comparar a remuneração do homem (R$ 2473) e da mulher (R$ 2.027). Na faixa etária de 40 e 49 anos, a última levantada pelo estudo, a diferença é ainda maior, de 25,3%, promovido pela diferença salarial de R$ 2.832 paga aos homens e R$ 2.115 para as mulheres.
O movimento de queda da proporção de rendimento recebido pelas mulheres mais velhas, segundo o IBGE, acompanha a redução da jornada média: no grupo de 25 a 29 anos de idade ela trabalha cerca de 3,6 horas a menos que o homem da mesma idade e no de grupo de 40 a 49 anos a diferença chega a 5,4 horas em 2018.
Ocupação
O levantamento também apontou que, em 2018, o rendimento médio mais baixo, segundo o nível de instrução, era o da mulher do grupo sem instrução e fundamental incompleto (R$ 880), enquanto o mais elevado era recebido por homens de Nível superior completo (R$ 5.928).
A maioria das mulheres ocupadas na Paraíba atuam como trabalhadoras domésticas (2,82 milhões), seguida pelas escriturárias gerais (1,44 milhão), balconistas e vendedoras de lojas (1,21 milhão), trabalhadores de limpeza de interior de edifícios, escritórios, hotéis e outros (1,18 milhão), comerciantes de lojas (851, 7 mil).
Análise do IBGE
Na análise do IBGE, a diferença do rendimento do trabalho entre homens e mulheres envolve diversos aspectos estruturais do mercado de trabalho. Dentre eles, pode-se apontar a idade, cor ou raça, horas trabalhadas, nível de instrução e tipo de ocupação exercida pela pessoa.
Além dessas questões, outros elementos importantes possibilitam a compreensão da diferença. Por exemplo, o tempo de trabalho na ocupação exercida influencia a evolução profissional ou planejamento de carreira, com consequentes efeitos sobre a remuneração do trabalhador. Associado a esse último aspecto, ressaltam-se as possíveis interrupções e/ou rotatividade no mercado de trabalho que muitas vezes acarretam reinserção em novos trabalhos com rendimentos mais baixos, fator que pode ser mais relevante no caso das mulheres.
Os arranjos familiares também contribuem para o tipo de inserção no mercado de trabalho, principalmente para as mulheres com filhos menores, que muitas vezes direcionam parte importante do seu tempo para o cuidado de pessoas e de afazeres domésticos.
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