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VIDA URBANA

Mulheres de outros municípios buscam a capital para parir

Dados do Instituto Cândida Vargas mostram que 51,9% dos atendimentos são de pacientes vindas do interior.  

Publicado em 08/11/2015 às 9:00

O risco provindo de uma hipertensão gestacional levou a dona de casa Maria das Dores Barbosa a realizar todo o acompanhamento, bem como o parto, na maternidade Cândida Vargas, em João Pessoa. Ela é da cidade de Bayeux e, mesmo tendo uma maternidade em sua cidade, optou por realizar o procedimento na capital, antes mesmo de descobrir os riscos da gestação. A mais nova mãe se encaixa no perfil de mais da metade das gestantes que pariram na unidade hospitalar este ano. Dos 4.808 partos realizados de janeiro a agosto deste ano na unidade, 2.496, o equivalente a 51,9% são demandas que vieram de fora do município.

Maria das Dores, ao descobrir que estava grávida, não optou por fazer nenhuma etapa do pré-natal na cidade em que reside. Segundo ela, a assistência lá é precária. “Além disso, acabei descobrindo a pressão alta e, por isso, tive mais confiança de vir pra cá”, revelou. Com seu bebê nos braços, ela conta que não poderia ter feito escolha melhor. Foram 17 dias de internação agravados por complicações na sua cirurgia. “Eu precisei fazer cesárea porque ele estava demorando. Foram 41 semanas e nada. Aí minha cirurgia abriu. Mas eu recebi toda a assistência e graças a Deus agora volto para casa com tudo bem”, comemorou.

A mais nova mãe não é a única a escolher o serviço na capital. A também dona de casa Edna Bernardino, da cidade de Livramento, decidiu vir para João Pessoa logo nos primeiros meses da gestação. Para ela, o deslocamento não é fácil, pois, muitas vezes, tem que ser feito de forma particular, com um dinheiro muitas vezes provindo da ajuda de familiares. “Das três últimas vezes que eu vim mesmo eu não consegui carro da prefeitura, e acabei vindo de carro alugado. É R$ 50 cada vez. Meu marido é pedreiro, o pouco que a gente tem é para casa. Minha sorte ainda é a família, que ajuda”, disse.

Apesar das dificuldades, a dona de casa revela que não faria escolha diferente. Recentemente ela descobriu que sua gravidez apresenta certo grau de risco por conta de um trombo que ela teve anos atrás em sua perna esquerda. Atualmente internada na maternidade, ela revela que todas as dificuldades são recompensadas por poder ter um atendimento de qualidade que lhe dá a segurança e a certeza de que tudo ficará bem com seu bebê. Mas, ainda assim, ela revela que gostaria que os serviços mais próximos ao seu município de origem funcionassem.

“Se eu tivesse que me deslocar para mais perto seria bem melhor. Aqui é ótimo, não tenho do que reclamar, mas é longe da minha casa, é cansativo e é caro vir. Eu acho triste, porque não sou a única grávida que vem de lá para João Pessoa não. Ninguém tem confiança de fazer seu pré-natal por lá”, afirmou.

No caso da dona de casa Erika Gomes, da cidade de Cajazeiras, a sua bebê nasceu no município de origem, contudo foram apenas 26 semanas de gestação. Pela prematuridade precoce, a menina precisou ficar internada em uma UTI Neonatal, o que não era suportado pela cidade em que ela pariu. Transferida para Patos, a bebê passou alguns dias interna até ser encaminhada para João Pessoa, onde não resistiu e veio a óbito na última semana. Para a mãe, a assistência dada em outros municípios não foi deficitária. “Eu acho que minha filha teve as chances que podia ter. Em todos os locais que fomos, fomos bem tratados. Talvez se tivesse tido um acompanhamento melhor, mas Deus sabe tudo”, completou.

Os perfis de casos de gravidez de risco são aqueles que em sua maioria devem ser direcionados para o Cândida Vargas, contudo não só esses vêm para cá. De acordo com a diretora do hospital, Lisieux Pires, não é incomum que mulheres de cidades do interior e até de outros Estados que não tenham complicação acabem chegando à unidade. “Recebemos mulheres de Bayeux a Cajazeiras. É gente de todo canto e, muitas vezes, são casos que não precisavam vir para cá”, disse.

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Jornal da Paraíba

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