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VIDA URBANA

Mulheres estão mais expostas

Não existem causas específicas, mas rotina de trabalho acelerada e excesso de preocupação podem contribuir com os casos.

Publicado em 26/02/2012 às 16:44

As mulheres são, de longe, as mais atingidas pela síndrome. A proporção é de um diagnóstico entre os homens para cada dois casos no sexo feminino. Apesar de ocorrer principalmente na fase da juventude, entre os 18 aos 22 anos, os ataques podem acontecer em qualquer idade.

Não existem causas específicas para o surgimento da crise, no entanto, estresse, excesso de trabalho e de preocupações, aliado à falta de descanso e lazer, podem contribuir com os casos. O consumo de drogas ilícitas e até de bebidas estimulantes, como os chamados “energéticos”, também colaboram com o aparecimento do problema. Abuso de medicamentos, predisposição genética e reação a um trauma ou momento difícil também podem desencadear os ataques.

Foi após vivenciar um pesadelo que a dona de casa Evanice Barbosa, por pouco, não desenvolveu a síndrome do pânico. Ela estava no carro, com a família e testemunhou o acidente que matou a filha de 18 anos e um neto, de quatro. Das cinco pessoas no carro, apenas Evanice ficou consciente e viu os trabalhos de resgate e da retirada dos corpos. A tragédia ocorreu no dia 9 de maio de 2010. Quase dois anos já se passaram, mas os detalhes ainda permanecem vivos na memória da dona de casa.

“Uma ambulância invadiu nossa faixa e veio para cima da gente.

Nosso carro capotou várias vezes e caiu num barranco. Vi meu marido, meu neto e minhas duas filhas desmaiados. Saí do carro, cambaleando e gritei por socorro. Quando as pessoas chegaram para ajudar, retiraram primeiro meu neto, olharam para mim e disseram: ‘sinto muito’. Eu segurei o corpinho dele e pedi para salvarem minhas filhas e meu marido. Foi quando me disseram que uma filha também estava morta”, lembra.

Depois da fatalidade, ela não conseguia mais dormir. Sempre que deitava na cama, sentia a sensação de estar dentro de um carro sendo capotado. “Olhava para as paredes e telhados e sentia tudo se mover. Ficava sem ar, com medo, assustada e chorava muito. Sentia dores no corpo e me angustiava muito.

Meu marido ainda estava se recuperando do acidente e eu precisava cuidar dele. Tinha que ser forte, mas era difícil”, lembra.

A situação só melhorou quando a dona de casa procurou ajuda médica, psicológica e espiritual. Católica, ela encontrou conforto e alívio na palavra de Deus. Também foi atendida por médicos e, atualmente, faz parte de um grupo formado por outras mães que também seus filhos de forma trágica em acidentes e assassinados.

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Jornal da Paraíba

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