Mulheres recebem sutiãs com próteses mamárias

“É muito difícil nascer perfeita e de repente se olhar no espelho e se ver mutilada. Essa ação só aumenta a nossa autoestima e feminilidade”, afirmou a auxiliar de saúde bucal Maria José da Nóbrega, 45 anos, que teve câncer de mama e precisou passar por uma mastectomia. A declaração dela se refere à entrega de 40 sutiãs adaptados para próteses mamárias artesanais, feitas pela Rede Feminina de Combate ao Câncer, na manhã de ontem, em João Pessoa. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que neste ano haverá 800 novos casos desse tipo de neoplasia na Paraíba.

Maria José da Nóbrega contou que recebeu o diagnóstico em julho de 2014 e que foi necessário retirar a mama esquerda, onde se instalou um câncer muito agressivo, mas toda dor e sofrimento causados pela mastectomia foram potencializados ao se submeter a um novo precedimento cirúrgico, devido a um erro médico. “A médica que fez a cirurgia de mastectomia era residente e preservou meu mamilo, que não deveria ter sido preservado. Resultado disso, foi que ele necrosou após eu ter colocado uma prótese. Tive que passar por outra cirurgia para tirar tudo. Fiquei com dor crônica, tive que tomar morfina, enfim, fiquei muito mal”, relatou.

Mas Maria José voltou a ter autoestima quando recebeu da Rede Feminina de Combate ao Câncer uma prótese mamária artesanal, e ontem, um sutiã adaptado para a mesma. “Depois que recebi a prótese só aumentei minha autoestima e agora com o sutiã adaptado, só faz melhorar, porque é uma situação muito difícil, sem contar que existe rejeições por parte de namorado, marido”, frisou.

A professora Edilza Esmerinda, 48 anos, também passou pelo mesmo problema e recebeu as doações da Rede Feminina. “Comecei a sentir dores no braço e fui fazer uma ultrassonografia, foi quando descobri o câncer. Em seguida, fiz a mamografia que confirmou o diagnóstico. Como as quimioterapias não tiveram resultado, tive que fazer a mastectomia. É uma situação incômoda. Sempre gostei de tomar banho de praia, usar biquíni e nenhuma roupa dava certo, não me sentia bem. Ganhei a prótese e agora o sutiã e só tenho a agradecer porque melhora a autoestima da mulher, que se sente mais segura, confiante, bonita e feminina”, declarou.

A vice-presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Graça Brito, destacou que a ação da organização não governamental (ONG) realmente visa melhorar a autoestima das mulheres para que continuem a vida normalmente. “Fazemos a doação de próteses mamárias artesanais há muitos anos, mas muitas não a usavam porque não tinham sutiã adequado, que precisa ter uma abertura interna para colocar a prótese. No mercado, o custo desse tipo de sutiã é alto e no ano passado, tivemos a ideia de comprar o material e conseguimos uma pessoa para confeccioná-los, tudo financiado pelas doações que recebemos”, afirmou.

Graça Brito disse que a rede espera fazer uma nova entrega de sutiãs adaptados daqui a dois meses, mas isso vai depender das doações.

SERVIÇO

Quem tiver interesse em ajudar com doações para a confecção das próteses mamárias artesanais e os sutiãs adaptados, basta entrar em contato por meio do número telefônico 3241.5373 ou pelo e-mail [email protected].