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VIDA URBANA

Mulheres são recrutadas para servirem de 'mulas'

Publicado em 20/10/2013 às 8:00


Para que mulheres possam realizar as visitas aos detentos, elas precisam fazer um cadastro na unidade prisional, apresentando alguns documentos, entre eles o registro civil de casamento, ou o contrato de união estável. Como o contrato de união estável é um procedimento simples e rápido de ser feito em um cartório, muitas mulheres estão sendo recrutadas fora do presídio para servirem apenas de ‘mulas’, nome dado às pessoas contratadas para transportar substâncias ilícitas. Foi o que percebeu a direção do presídio do Róger.

“Em virtude disso, orientamos os responsáveis por confeccionar as carteirinhas que façam algumas perguntas às supostas companheiras dos detentos sobre coisas pessoais. Quando identificamos que muitas delas sabem pouco dos supostos maridos, redobramos a atenção com as suspeitas durante as revistas. Isso é necessário porque não podemos negar o cadastro, uma vez que elas apresentam os documentos exigidos, e entre eles um dos principais, a certidão de união estável. Essas são as mulheres 'mulas', recrutadas e treinadas para transportar celulares e drogas nas partes íntimas”, explicou o diretor adjunto, Lincon Gomes.

Segundo ele, outras medidas também são adotadas para coibir a prática. “Somente neste ano, já foram realizadas cerca de 20 abordagens no entorno do presídio, quando tentavam jogar celulares e drogas por cima do muro”, frisou.

Nos casos em que mulheres são flagradas portando celular, elas recebem a suspensão das visitas por seis meses e quando reincidentes ficam suspensas por um ano. “O Código Penal traz que isso é crime de contravenção, passível de detenção de até dois anos, mas na maioria das vezes quando chega na delegacia é feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e a mulher infratora é liberada, podendo pagar pena alternativa. Já no caso de drogas o crime é de tráfico, que gera detenção”, destacou.

Foi o que aconteceu com a dona de casa Sandra Chaves Leite, 37 anos, que foi pega no Róger, no último dia 9 deste mês, com cerca de 50 gramas de maconha, escondida na vagina, no dia do próprio aniversário. Ela foi levada à Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), onde foi autuada por tráfico de drogas e encaminhada para Penitenciária de Recuperação Feminina Júlia Maranhão (Bom Pastor), onde responderá por crime hediondo.

Segundo a direção do Róger, como Sandra foi flagrada traficando drogas para dentro de uma unidade prisional, o que é um agravante, terá a pena aumentada em dois terços, somando aproximadamente 13 ano de detenção.

Para Lincon Gomes, Sandra Chaves é um exemplo de 'mulher mula', tendo em vista que ela é recém cadastrada como esposa de um detento do Róger, onde cumpre pena de cinco anos e oito meses de reclusão por roubo. Ele está no presídio desde setembro do ano passado e somente agora passou a receber vistas de Sandra, que revelou: “Essa é a quarta vez que eu vinha visita-lo. Eu receberia R$ 100 à noite, quando tivesse dado a droga para ele (suposto marido). Só aceitei porque tenho três filhos pequenos para criar e estava faltando as coisas em casa”, disse a mulher na época do flagrante.

Mas quando indagada porque estava visitando o companheiro só após um ano do 'marido' estar detido, ela disse que foi procurada pela mãe dele e confessou ter feito uma certidão de união estável. “Eu namorei com ele há muito tempo e recentemente a mãe dele me procurou e disse que ele queria me ver, então fui no cartório e fiz o contrato. Se eu soubesse que meu destino ia ser o Bom Pastor não teria nem pisado aqui (no Róger)”, declarou logo após ser flagrada com a droga.

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Jornal da Paraíba

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