Mulheres vencem o câncer e ajudam pessoas no tratamento

Vencer a batalha contra o câncer e se redescobrir a partir desta experiência para ajudar a quem precisa de apoio. Este é um gesto singelo de amor e de entrega ao próximo que vem sendo propagado por mulheres como a aposentada Eurides dos Santos, de 71 anos. Após ter se curado de um câncer de mama, ela passou a se dedicar voluntariamente ao cuidado de pessoas que passam por esse momento delicado de dor e sofrimento, integrando o Grupo de Apoio ao Paciente Oncológico (Gapo) e fazendo do enfrentamento à doença a sua luta.

O grupo de que Eurides participa como voluntária é uma associação sem fins lucrativos que funciona no bairro do São José, em Campina Grande, oferecendo assistência biopsicossocial a pessoas com câncer e seus familiares. Atualmente há cerca de 1,4 mil cadastrados no serviço e de 20 voluntários, entre homens e mulheres, que reservam parte do seu tempo para oferecer um pouco de si aqueles que estão precisando de conforto e de motivação para o tratamento. Eurides, por exemplo, está há 10 anos no grupo, de coração e braços abertos para receber quem precisa do seu carinho.

“Minha doença fez com que eu mudasse completamente e me tornasse um ser humano melhor, para viver da caridade. No lugar onde sei que tem alguma pessoa com câncer, vou logo tentar ajudar, como eu puder. Aprendi que Deus, os médicos e a família são muito importantes e as amizades também. Se não fosse isso na minha vida, eu não teria conseguido vencer”, comenta emocionada Eurides, que, com o seu testemunho de superação, consegue silenciar as dores e aliviar as angústias de muitas pessoas que estão em tratamento contra o câncer.

Assim como ela, a funcionária pública Juliana Lima, de 36 anos, começou a enxergar o mundo com outros olhos depois que teve câncer. Ela foi diagnosticada com um linfoma há dois anos e após ter sido curada decidiu participar do Gapo para ajudar outras pessoas. “Só em estar ajudando a gente já se sente melhor, mostrando que você já passou por aquilo e que superou. Somos prova de que o câncer tem cura e isso já é muito importante”, pontua.

Tanto Juliana como Eurides e os outros voluntários do grupo de apoio se engajaram nessa luta por acreditarem que a vida vale muito a pena. É com esse sentimento que eles conseguem “invadir” a intimidade de quem está debilitado pela doença, chegando aos lugares que os medicamentos não conseguem atingir ao resgatar neles o amor pela vida.

Associação confecciona e distribui próteses mamárias

O Grupo de Apoio ao Paciente Oncológico (Gapo) também confecciona e distribui, de forma gratuita, próteses mamárias para as mulheres mastectomizadas. As próteses são feitas de isopor e polietileno e revestidas com tecido antialérgico. Apesar deste trabalho voltado para quem teve câncer de mama, a associação atende pacientes de Campina Grande e região acometidos por todos os tipos de câncer, independentemente do gênero, de idade e da condição social, conforme a presidência do Gapo.

O projeto atente ao público há 15 anos oferecendo apoio por meio do trabalho de uma equipe multidisciplinar formada por psicólogo, assistente social, advogado, dentre outros profissionais. “Nós promovemos palestras, reuniões de compartilhamento, festas, passeios, grupos de dança, brechós, doações de cestas básicas, medicamentos e próteses, além de fazemos uma visita domiciliar para saber qual a real necessidade das pessoas e para que possamos ajudá-las, dentro das nossas possibilidades”, ressalta a presidente do grupo, Nevinha Brasil.

O Gapo sobrevive de doações da comunidade e da satisfação das pessoas que trabalham e que são beneficiadas pela associação. “A alegria que eles demostram quando chegam aqui já é muito importante. A interação com outras pessoas também ajuda bastante e fazemos tudo o que podemos para que elas levem a vida numa boa e não pensem só na doença. Quando chegam aqui pergunto logo: cadê o sorriso? É para sorrir”, diz Nevinha, destacando a importância do projeto para a melhoria da autoestima e da qualidade de vida dos pacientes oncológicos.

Serviço

Para cadastrar-se no Gapo: dirigir-se à sede da associação portando CPF, identidade, cópia da biópsia e um comprovante de residência

Endereço: rua José do Patrocínio, 414, bairro São José, Campina Grande (também tem uma sala do Gapo no Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba - FAP)
Atendimento: segunda a quinta-feira, das 8h às 11h
Para doar: Banco do Brasil – Agência: 1591-1 Conta Corrente: 8120-5
Contato: (83) 3341-4013