VIDA URBANA
Museus passam despercebidos pela população
Existem 63 espaços destinados à preservação e difusão do patrimônio histórico e cultural na Paraíba, sendo 22 apenas na capital.
Publicado em 30/09/2012 às 8:00
Existem, na Paraíba, 63 espaços destinados à preservação e difusão do patrimônio histórico e cultural registrados junto ao Cadastro Nacional de Museus (CNM). Desses, 22 estão localizados na capital João Pessoa, mas nem todos são devidamente usufruídos pela população. A falta de recursos humanos e técnicos, aliada à ausência de políticas públicas de valorização e incremento dos acervos são apontadas como fatores responsáveis pelo desconhecimento, por parte da população, em relação a estes museus.
De acordo com a legislação, consideram-se museus as instituições sem fins lucrativos abertas ao público que conservam, para fins de estudo e preservação, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico, científico ou de qualquer outra natureza cultural. Com essas características estão lugares conhecidos, mas que a população não reconhece como museus, a exemplo da Estação Cabo Branco, Casa da Pólvora, Casarão dos Azulejos e a Pinacoteca da Biblioteca Central da UFPB, todos na capital.
João Pessoa e Campina Grande lideram com 22 e 10 museus, respectivamente. Em seguida estão Areia e Sousa, cada um com quatro espaços, Cabedelo e Alagoa Grande com dois. Os demais estão localizados em 17 municípios: Patos, Lagoa Seca, Pombal, Sapé, Princesa Isabel, Santa Luzia, Serra Branca, Soledade, Teixeira, Prata, Bananeiras, Monteiro, Poço José de Moura, Ingá, Maturéia, Bayeux e Araruna.
Segundo a pesquisadora Bernardina Juvenal Freire, da Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba, o número de unidades museísticas pode chegar a 80, se forem considerados os espaços que têm acervo aberto ao público, mas não estão catalogados no CNM.
A professora pondera que, apesar de existir um número considerável de museus, estes espaços não cumprem devidamente sua função de preservação e democratização de seus patrimônios.
“Muitas peças importantes estão nas mãos de particulares e o poder público não age para ampliar o acesso a esses bens.
Outro fator negativo é a falta de recursos humanos e técnicos para lidar com o acervo. Existem museus, os espaços físicos, mas poucas pessoas e poucos recursos para manusear esses instrumentos e fazer com que as pessoas se interessem em ir buscá-los”, avalia Bernardina.
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