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VIDA URBANA

Na orla, problema com estacionamento é maior

Motoristas consideram cobrança abusiva, mas pagam por medo.

Publicado em 18/05/2014 às 13:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 13:24


A atividade informal de flanelinha é produtiva em qualquer local onde há vagas de estacionamento em João Pessoa. Contudo, na orla da capital o lucro sempre é maior, devido ao fluxo intenso e rotativo de veículos. Nas praias de Cabo Branco e Tambaú, a presença dos flanelinhas é tão certa quanto a dos banhistas. Para estacionar o carro ou a moto com segurança nessa área é preciso sempre ter algum dinheiro para 'agradar' os guardadores.

A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA esteve nas praias da capital no início da manhã e constatou a presença dos flanelinhas. À tarde e à noite eles também estão por lá – fazem revezamento para não ter prejuízo. A cobrança é considerada abusiva pelos motoristas, os quais confessam ter medo de ter o veículo arranhado ou mesmo arrombado. Apesar da taxa que cobram, os flanelinhas não costumam se responsabilizar em caso de dano ao veículos.

Foi isso o que aconteceu com o comerciante Rafael Bárbaro, que no mês passado foi à praia do Cabo Branco com a família e ficou surpreso ao retornar para o veículo. “Quando olhei meu carro percebi que haviam retirado a calota do pneu frontal. Eu até pedi explicação ao flanelinha, que me disse que já estava sem a peça. Eu não quis discutir, ninguém sabe o que pode acontecer”, declarou. Rafael foi embora, mas não sem antes pagar R$ 2.

A médica Ana Luiza Braga também reclamou da cobrança pelo estacionamento nas ruas. Ela contou que uma vez, quando foi à praia do Bessa, recebeu do flanelinha um papel com o valor cobrado pela vaga: R$ 5. Com a observação de que o pagamento tinha que ser feito antecipadamente. “Por medo de ter o carro riscado eu paguei, como sempre pago. Prefiro não arriscar, mas acho uma cobrança ilegal”, afirmou.

É o medo também que faz com que a dona de casa Hérica Marques saia de casa já com algumas moedas no carro já destinadas aos flanelinhas. “Eles estão em todo lugar. Tenho medo que me aconteça alguma coisa, caso eu diga que não vou pagar. Vejo essa cobrança como uma ameaça, não temos alternativas e ficamos reféns dos flanelinhas. Não há limites”, comentou a dona de casa, enquanto entrava no carro na praia de Manaíra. Em seguida ela pegou R$ 1 e entregou ao homem que esperava encostado na lateral do veículo.

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Jornal da Paraíba

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