NE tem 27% dos usuários de cocaína

Levantamento nacional aponta que 36% dos usuários de drogas do Nordeste começaram a utilizar cocaína e crack antes dos 18 anos. No Brasil, este percentual chega a 45%. Os dados foram apresentados no II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que analisa tendências de consumo de álcool e tabaco no país.

Com relação às regiões com maior densidade de usuários de cocaína do Brasil, o Nordeste aparece em 2º lugar no ranking nacional, concentrando 27% dos indivíduos; perdendo apenas para a região Sudeste, que reúne quase a metade dos usuários (46%), cujos números absolutos chega a 1,4 milhão pessoas.

Enquanto isso, as regiões Norte e Centro-Oeste dividem a terceira posição no ranking e a região Sul ficou com a última posição, apresentando um índice de 7% das pessoas que declararam ter utilizado a droga no último ano.

O estudo revela ainda que 54% dos usuários nordestinos apresentam dependência de cocaína, índice que está acima do registrado no Brasil (48%).

A pesquisa envolveu 4.607 pessoas de 149 municípios brasileiros, que foram entrevistados nos anos de 2006 e 2012.

Desse total, 1.157 eram adolescentes. O processo de amostragem do levantamento abrange uma representatividade das cinco regiões do país (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sul e Sudeste), a partir de municípios sorteados. Na Paraíba foram ouvidos habitantes dos municípios de Alagoa Grande, Campina Grande, São José de Caiana e Sapé. No entanto, não foram divulgados dados específicos do Estado.

De acordo com o levantamento, quase 6 milhões de brasileiros fazem ou já fizeram uso de Cocaína, nas formas de Crack, Merla e Oxi. Destes, 4% integram a população adulta e 3% correspondem a adolescentes - representando 442 mil jovens.

O II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas mostrou também que o Brasil representa o segundo maior mercado de cocaína do mundo quando se trata de número absoluto de usuários, representando 20% do consumo mundial. Além disto, o país ocupa a primeira colocação no consumo de crack.