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VIDA URBANA

Notas baixas desafiam pais

Para pedagoga, o problema é vivenciado por muitos pais nessa época do ano.

Publicado em 11/11/2012 às 11:20


Quando pegou o boletim escolar do filho de 14 anos, a balconista Eliani Costa, 35 anos, não imaginava que aquele pequeno pedaço de papel seria motivo de tanta preocupação. Em meio a tantas disciplinas, o vermelho se destacava. Eram as notas baixas que saltavam aos seus olhos e que ameaçam a aprovação do menino. “Eu tento reprimir, conversar, mas ele não melhora em nada. Estou preocupada porque ele está prestes a repetir o nono ano”, disse.

Para a pedagoga Nísia Fernandes, o susto vivido pela balconista é comum entre muitos pais nessa época do ano, mas que poderia ser evitado se o desempenho escolar dos filhos estivesse sendo acompanhado desde o começo do ano.

“As notas vermelhas no boletim podem ser um sinal de ausência dos pais no contexto escolar dos filhos. O acompanhamento e a orientação dos pais são fundamentais para detectar alguma dificuldade de aprendizagem dos filhos na escola. Conversar e procurar saber o que está acontecendo pode ser o pontapé inicial para entender o que está interferindo nas notas. Agora, vale salientar que isso deve ser feito desde o início do ano”, observou.

A psicóloga organizacional Gisele Limeira percebeu o baixo rendimento da filha de 7 anos, após tê-la matriculado em uma nova escola e procurou a direção para juntas identificarem a dificuldade enfrentada pela filha. “Depois que conversei com a diretora da instituição, chegamos à conclusão de que minha filha não estava assimilando o conteúdo porque estava desconcentrada da aula, em virtude da empolgação com as novas amizades. Conversei com minha filha, orientei e expliquei o que isso poderia lhe render. Ela entendeu e nas próximas avaliações voltou a ter o mesmo rendimento de antes”, relatou.

Segundo Nísia Fernandes, o 'decorar' é o principal problema que reflete em notas vermelhas e que para recuperá-las o aluno precisa focar e intensificar a rotina de estudos. “Se perguntarmos quem descobriu o Brasil, de imediato ouvimos a resposta, mas se contextualizarmos o enunciado eles não sabem responder. É a antiga 'decoreba'. Mas, se o aluno insistir e persistir no aprendizado, inclusive revendo os assuntos em casa, ou com aulas de reforço particular, é possível recuperar a média nas avaliações finais de recuperação”, disse.

Ao finalizar, a pedagoga apontou uma possível causa para a surpresa dos pais com as notas baixas dos filhos. “A preocupação da maioria dos pais, é se o filho vai passar de ano e não se está aprendendo. Com a 'decoreba' não se aprende e, na hora da prova, o estudante pode esquecer do que decorou. Por isso, muitos pais acabam sendo pegos de 'surpresa' quando tomam conhecimento das notas vermelhas dos filhos”, opinou.

Nísia Fernandes explicou que os alunos iniciam o ano desfocados dos estudos, deixando para recuperar as notas na reta final. “Há alguns anos temos observado que os alunos relaxam dos estudos durante o primeiro e segundo bimestres e quando percebem as notas baixas já estamos entrando no último semestre do ano. Dependendo do interesse, ele poderá conseguir ou não passar de ano. Então, não é bom arriscar. O ideal é que já comece o ano disposto a tirar boas notas e evitar ir para a recuperação final”, concluiu.

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Jornal da Paraíba

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