VIDA URBANA
Novo presidente da Caixa vai abrir capital para pagar dívida de R$ 40 bi ao governo
Venda de participações inclui lotérica, seguros, cartões, asset (gestão de ativos).
Publicado em 07/01/2019 às 16:42 | Atualizado em 07/01/2019 às 18:01
O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou nesta segunda-feira (7), após cerimônia de posse no Palácio do Planalto, que pretende abrir o capital de subsidiárias do banco público para pagar uma dívida de R$ 40 bilhões que a instituição financeira possui com o Tesouro Nacional. A instituição deverá vender participações em áreas como seguros e loterias, reforçar o financiamento imobiliário via mercado de capitais e investir em microcrédito a juros mais baixos.
Ele disse que seguirá a determinação do governo Bolsonaro de “não errar” e que buscará reduzir um passivo de R$ 40 bilhões da Caixa registrado sob a rubrica de “instrumentos híbridos de capital e dívida”. Segundo Guimarães, isso se dará com a "venda de participações em empresas controladas, seguros, cartões, asset (gestão de ativos) e loterias, que já começam agora, pelo menos duas neste ano”.
Guimarães destacou que o banco público buscará reforçar sua atuação no mercado de crédito imobiliário por meio de operações de securitização – venda de títulos no mercado financeiro – da ordem de R$ 50 bilhões a R$ 100 bilhões. “É fundamental discutir a parte imobiliária. Hoje temos problemas de funding. Via mercado de capitais, vamos vender de R$ 50 bilhões a R$ 100 bilhões para exatamente poder a Caixa continuar ofertando esse crédito”, disse.
Em 2015, o governo chegou a anunciar a abertura de capital da Caixa Seguradora, mas o processo acabou não indo adiante.
Microcrédito
O novo presidente da Caixa acrescentou que pretende expandir a oferta de microcrédito a taxas mais baixas do que as hoje praticadas pelo mercado. “Não me conformo em ver pessoas tomando dinheiro a 15%, 20% ao mês”, afirmou. “O Brasil pode ser uma referência em microcrédito”, completou.
Guimarães disse que deverá fazer uma revisão nas políticas de patrocínio e comunicação da Caixa, conforme orientação do governo, e que viajará pessoalmente aos estados para ouvir clientes e visitar comunidades carentes onde o banco atua.
Ele informou que um dos primeiros estados a ser visitado será o Amazonas, onde estuda ampliar o acesso à Caixa ampliando o número de barcos do banco que atuam em comunidades isoladas.
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