VIDA URBANA
Número de apreensões aumenta com fim da Manzuá
Após crise da Operação Manzuá, Batalhão de Polícia de Trânsito passou a fazer a segurança nas estradas estaduais.
Publicado em 04/03/2012 às 16:00
A desativação da Operação Manzuá e a implantação do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) tinha o objetivo de reforçar a segurança na Paraíba, combatendo o crime nas rodovias estaduais. O número de apreensões aumentou, conforme relatório apresentado pelo BPTran.
A Região Metropolitana de João Pessoa, que antes contava com cinco postos fixos, agora tem apenas dois: um na PB-008, no litoral sul, e outro na PB-004, na saída de Santa Rita para Cruz do Espírito Santo. “Temos ainda dois traillers, que funcionam como postos fixos, sendo um em Cruz das Almas e outro em Pedras de Fogo”, explicou o capitão Edmilson Castro, comandante da 1ª Companhia de Policiamento Rodoviário. Com a extinção da Manzuá, apenas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) poderia atuar nas rodovias federais, o que explica a remoção dos postos da BR-101.
A missão da antiga Manzuá era o combate ao crime nas rodovias. Com a implantação do batalhão, além do crime, os policiais também combatem irregularidades de trânsito. “Nos pontos instalados em Pedras de Fogo e Cruz das Almas trabalhamos em parceria com o Fisco Estadual”, frisou.
A escolha dos locais se deu por ser divisa dos estados da Paraíba com Pernambuco. “Já havíamos identificado alguns problemas nesses pontos, principalmente roubo de veículos”, revelou o capitão. Segundo ele, depois da instalação dos postos, o número de ocorrências diminuiu.
As equipes dos traillers têm a mobilidade de se deslocar e realizar blitz em locais próximos. “No posto de Cruz das Almas a abordagem pode ser feita desde Caaporã a Pitimbu”, disse. No de Pedras de Fogo, os policiais podem fazer abordagem no trecho que vai de Alhandra a Pedras de Fogo.
De acordo com o relatório apresentado pelo Comando de Policiamento Regional Metropolitano, de dezembro de 2010 a janeiro deste ano foram registradas 145 ocorrências, tanto nos postos móveis como nos fixos. A maioria dos registros foi de ocorrência de trânsito (80), seguida de tráfico de entorpecentes (17) e porte ilegal de arma de fogo. No mesmo período foram registradas ocorrências de apreensão de veículos roubados, captura de fugitivos, sequestro, crime ambiental, contrabando, assalto à mão armada, dentre outros.
HISTÓRIA DA MANZUÁ
A operação Manzuá foi criada em 1988, no governo de Tarcísio Burity, com o objetivo de ‘cercar’ a Região Metropolitana de João Pessoa. Com o passar dos anos e o crescimento da área, a operação passou a ficar sem sentido algum. “Quando foi criada, a Manzuá conseguia cumprir a determinação de colocar policiamento nas principais entradas e saídas da Região Metropolitana”, declarou o oficial. A operação contava com 13 barreiras fixas.
DENÚNCIAS E CRISE
Poucos anos se passaram para que a operação Manzuá começasse a amargar a primeira crise de sua história. As denúncias de recebimento de propina por parte de alguns policiais logo se tornaram crescentes.
O aposentado Pedro Santos (nome fictício), que mora em João Pessoa, disse que durante quatro anos viajava pelo menos duas vezes por mês ao Brejo paraibano, e nunca viu a Manzuá atuar efetivamente.
“No final da década de 90, os poucos policiais que existiam no posto próximo à Pirpirituba, ficavam conversando e os veículos passando à vontade. Não havia fiscalização”, comentou. O aposentado afirmou: “perdi as contas de quantas vezes passava no posto e os policiais me pediam dinheiro para tomar um café. Eles reclamavam dos salários!”
Pelas denúncias recebidas na época, policiais recebiam dinheiro, lanches, feiras, presentes diversos, etc. O capitão Edmilson Castro, frisou que “o fato de policiais com desvio de conduta chegava ao nosso conhecimento e todas as denúncias eram apuradas, mas acredito que eram casos isolados”, frisou.
Para o capitão, as denúncias repercutiram de forma a macular a imagem da operação Manzuá de forma irreversível. “Esses fatos isolados não podem abafar toda a contribuição dada pela operação Manzuá à Segurança Pública da Paraíba”.
Comentários