VIDA URBANA
Número de casos de HIV/Aids aumenta 69,5% na Paraíba
Dados da SES são dos primeiros trimestres dos últimos três anos. Só em janeiro, fevereiro e março de 2016 são 217.
Publicado em 08/04/2016 às 7:43
Os casos de HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana)/Aids em residentes na Paraíba aumentaram 69,5% nos primeiros trimestres dos últimos três anos. Enquanto que no primeiro trimestre de 2014 a Secretaria de Estado de Saúde (SES) havia notificado 128 pacientes adultos, neste ano o número saltou para 217 casos, no mesmo período. Destes, 37 são referentes a pessoas infectadas pelo vírus e 91 que desenvolveram a doença (Aids). O abandono total do tratamento com os antirretrovirais é uma realidade entre os paraibanos, que acabam adquirindo outras doenças devido à baixa imunidade.
No primeiro trimestre de 2014, 128 casos foram notificados, sendo 37 por HIV e 91 por Aids. No mesmo período do ano passado, os números totais subiram para 186 casos, dos quais 62 são de pacientes com HIV e 124 com a doença desenvolvida, segundo a SES.
A Gerência Operacional das DSTs/Aids/Hepatites Virais da SES, também informou o número de casos entre gestantes e crianças (da forma congênita). Conforme o setor, entre as grávidas, a ocorrência de casos no primeiro trimestre teve um aumento de 2014 para 2015, quando saiu de 12 para 25 registros. No entanto, neste ano, o quantitativo caiu para seis casos. Já entre as crianças, em 2014 não houve registro, mas em 2015, três foram notificadas e neste ano, duas.
De acordo com a gerente operacional das DSTs/Aids/Hepatites Virais da SES, Ivoneide Lucena, o maior acesso ao diagnóstico do HIV, na atenção básica de 195 municípios paraibanos, tem sido primordial para o aumento das notificações.
Ivoneide Lucena ressaltou que as notificações aumentaram no Estado porque estão sendo feitas de forma mais rápida, uma vez que o serviço foi ampliado com os testes rápidos para as DSTs, como sífilis, HIV e hepatites B e C, com resultado em 20 minutos. “Dessa forma, conseguimos qualificar o pré-natal, diminuindo a possibilidade de bebês serem expostos ao vírus do HIV (através do parto ou na amamentação). Também são testados os parceiros das gestantes, como também a população em geral que se interessa em saber sua sorologia para esses agravos”, ressaltou.
A gerente operacional reiterou que a única maneira de tratar o HIV ou a Aids é fazendo a adesão total aos antirretrovirais, nos serviços de referência espalhados pelos municípios paraibanos, mas alertou que a melhor prevenção continua sendo o uso de preservativos durante as relações sexuais.
ABANDONO
Segundo Ivoneide Lucena, a grande maioria das pessoas com a doença vem dando continuidade ao tratamento, uma vez que o HIV e a Aids ainda não tem cura, mas o abandono do procedimento é uma realidade na Paraíba. “Muitos não conseguem fazer uma adesão total aos antirretrovirais, uma vez que os mesmos causam muitos efeitos colaterais e as pessoas acabam deixando de tomar por um tempo. Depois acabam retornando, já que essa ainda é a única maneira de tratar o HIV ou a Aids”, afirmou.
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