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VIDA URBANA

Número de mortes maternas cai 36,3%

Nos cinco primeiros meses de 2013, 22 paraibanas tiveram morte materna; neste ano 14 mulheres morreram pelo mesmo motivo.

Publicado em 05/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 05/02/2024 às 11:22

Entre os meses de janeiro e maio deste ano, o número de mulheres que morreram durante a gravidez, no parto ou pouco tempo depois de dar à luz na Paraíba foi 36,3% menor do que no mesmo período do ano passado. Nos cinco primeiros meses de 2013, 22 paraibanas tiveram morte materna, enquanto neste ano 14 mulheres perderam a vida pelo mesmo motivo. Os dados são do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Somente são consideradas mortes maternas aquelas ocorridas durante a gestação ou em até 42 dias após o parto, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), que aponta a hipertensão, hemorragia, infecção pós-parto e aborto como causas determinantes para os óbitos de grávidas e puérperas.

Segundo a coordenadora de Saúde da Mulher da SES e responsável pelo Rede Cegonha, que é um programa federal operacionalizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Maria de Fátima Moraes, além das causas atribuídas pelo MS, entre os principais fatores que levam à morte desse grupo de mulheres, os partos cesarianos também são considerados preocupantes. Por isso, o setor desenvolve um trabalho preventivo. “Uma das ações preventivas realizadas no Rede Cegonha visa a diminuir o número de cesarianas porque também são fatores de risco para a morte materna”, disse.

Fátima Moraes destacou que a melhoria no acesso ao atendimento hospitalar e o acompanhamento médico durante a gestação, por meio do pré-natal, contribuíram para redução da mortalidade materna no Estado. “Desde o início da implantação da Rede Cegonha, fundamentado nos princípios da humanização e assistência, as mulheres, recém-nascidos e crianças tiveram direito a alguns benefícios, como o transporte, tanto para o pré-natal quanto para o parto, e acompanhante de livre escolha da gestante no momento de dar à luz. Essas são situações que ajudam a parturiente a manter a tranquilidade e se sentir segura, o que reflete positivamente nesse momento tão especial na vida de uma mulher”, frisou.

Embora os números da SES apontem redução na incidência de casos, a coordenadora das Promotorias da Saúde (Caop) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Adriana Amorim, atentou para os problemas na Atenção Básica de Saúde. “O maior problema dessa realidade é o pré-natal, que não é feito com qualidade, assim como a própria assistência básica com as mães, que é falha. Por vezes, não sabem onde vão dar à luz, o que deve ser regulado para garantir-lhes os seus direitos”, declarou.

O chefe de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), Eurípedes Mendonça, reforçou a tese da promotora. “A lei diz que a mulher já deveria saber onde será seu parto, mas isso não acontece. Sequer, a parturiente sabe o obstetra que irá fazer o parto, pois na rede pública, ela passa por quatro ou cinco médicos e na hora do nascimento do bebê, é colocada em uma ambulância e levada para o hospital da cidade mais próxima”, ressaltou.

Procurada pela reportagem do JORNAL DA PARAÍBA para comentar o assunto, a gerente executiva de Atenção à Saúde do Estado, Patrícia Assunção, atendeu os telefones, entretanto, em virtude de ontem ser sido ponto facultativo no horário da tarde em função do jogo da seleção brasileira pela Copa do Mundo, ela não pôde fornecer as informações solicitadas sobre o assunto.

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Jornal da Paraíba

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