VIDA URBANA
"O médico disse que tentaria salvar uma das duas vidas. Seria ela ou eu"
Publicado em 25/11/2015 às 11:05
Quando começou a sentir dores fortes na barriga, naquela quarta-feira 14 de outubro, Maria do Carmo da Silva, 37 anos, desabou a chorar. A gravidez contava 29 semanas. A dona de casa ainda planejava comprar a roupa para saída da maternidade, mas não deu tempo. Levada pela vizinha ao Instituto Cândida Vargas (ICV), ouviu do médico que o parto seria feito imediatamente, sob risco de morte dela e do bebê.
Horas depois, o choro da pequena Maria Alice rompeu o silêncio da sala de cirurgia. A menina foi uma das 84 crianças nascidas prematuras na maternidade naquele mês. Mãe de outros três filhos, Maria viu a caçula ser levada às pressas para a UTI, onde ficou por duas semanas. "Foram dias de sofrimento, mas também de muita fé", conta.
Francisco França
Enfermeira coloca bebê prematuro de 29 semanas na posição canguru com a mãe.
Com a saúde estável, Alice foi para os braços da mãe, na Ala Canguru, na mesma maternidade. Trocando calor e afeto, mãe e filha aguardam a alta médica. Para Maria, que teve os outros três filhos de parto normal, enfrentar uma cesariana aos 37 anos por risco de eclâmpsia (ela é hipertensa) foi angustiante. "O médico disse que tentaria salvar uma das duas vidas. Seria eu ou ela, mas ao fim deu tudo certo", relata.
Passado o susto, ela agradece pela assistência prestada à Alice, que ainda não tem previsão de alta, mas já se mostra uma criança forte diante das adversidades que a vida vem apresentando. Assim como Alice, do País das Maravilhas, a Alice da vida real também espera encontrar o caminho dos sonhos, com muita saúde e felicidade. Para a alegria de todos, principalmente da mãe.
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