VIDA URBANA
Operação da Polícia Federal prende filho de Fernandinho Beira-Mar na PB
Investigações mostraram que traficante diversificou os negócios mesmo preso em uma penitenciária federal.
Publicado em 24/05/2017 às 7:38
Um filho do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi preso, no começo da manhã desta quarta-feira (24), na Paraíba durante uma operação da Polícia Federal. A ação contra a quadrilha do criminoso cumpre mandados de prisão em cinco estados e no Distrito Federal. Um dos alvos da Operação Epístolas é Alessandra da Costa, irmã de Fernandinho e apontada como sua conselheira.
Após um ano e meio de investigações, a PF descobriu que Beira-Mar, preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, diversificou os negócios: os lucros agora vão além do tráfico de drogas. O criminoso controla máquinas de caça-níquel, venda de botijões de gás, cesta básica, mototáxi, venda de cigarros e até o abastecimento de água.
De acordo com a Polícia Federal da Paraíba, além do mandado de prisão preventiva contra o filho de Beira-Mar, também foram cumpridos no Estado um mandado de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento, e três de busca e apreensão. Esses últimos tiveram como alvo a casa do filho do traficante, a residência da pessoa que foi levada para ser ouvida e um escritório comercial. Todas as ordens foram cumpridas em João Pessoa. A PF disse que não podia revelar os nomes dos investigados.
No total, a Operação Epístolas cumpre 35 mandados de prisão, sendo 22 prisões preventivas e 13 temporárias, 27 de condução coercitiva e 86 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Ceará e no Distrito Federal. As principais áreas de atuação de Fernandinho Beira-mar são três comunidades de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense: favela Beira-Mar, Parque das Missões e Parque Boavista.
Segundo os investigadores, na denúncia que deu origem à investigação, foi descoberto que há uma grande quadrilha liderada pelo traficante que, mesmo preso no presídio Federal de Porto Velho, coordena o grupo por meio de mensagens escritas por meio de papel e por meio de aparelho celular. Ao longo da investigação foram apreendidos cerca de 50 bilhetes redigidos ou endereçados a Fernandinho.
Desde 2006, Fernandinho Beira-Mar está preso em uma penitenciária federal. Em 2007, a Polícia Federal investigou o criminoso e descobriu que, apesar da vigilância, ele manteve o fornecimento de drogas (maconha e cocaína) para favelas do Rio. A investigação da PF, na ocasião, levou 19 pessoas para a prisão.
A operação Fênix, como foi chamada, descobriu que Beira-Mar escolheu a mulher, Jacqueline Alcântara de Morais para sucedê-lo no comando da quadrilha. Na ocasião, 19 pessoas foram presas e condenadas pela Justiça Federal do Paraná.
Em condenações, o traficante acumula penas que somam quase 320 anos de prisão em crimes como tráfico de drogas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídios.
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