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VIDA URBANA

Buega Gadelha diz que situação de presidência da Fiep vai ser definida na 2ª

Segundo ele, decisão da Justiça sobre afastamento é relativo a conselho do Sesi.

Publicado em 21/02/2019 às 19:33 | Atualizado em 22/02/2019 às 9:47


                                        
                                            Buega Gadelha diz que situação de presidência da Fiep vai ser definida na 2ª
Foto: Leonardo Silva

A situação da presidência da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep) só vai ser totalmente definida na segunda-feira (25), de acordo com Buega Gadelha declarou nesta quinta-feira (21). Segundo ele, a determinação judicial para ele se afastar de seu cargo no Sistema S por 90 dias é relacionado ao conselho do Sesi, onde é conselheiro. Apesar disso, ele disse que vai sair espontaneamente do cargo de presidente na Fiep.

Na primeira fala direta à imprensa depois da Operação Fantoche, Buega adiantou que quem fica no seu lugar é o atual primeiro vice presidente da entidade, Magno Rossi. Mas duas coisas ainda estão indefinidas: as implicações judiciais deste afastamento e quanto tempo ele vai durar. Por isso, Buega vai aguardar para definir todos os detalhes do afastamento na segunda-feira. Até lá, consultas e análises vão ser feitas.

Enquanto isso, Buega diz não ter entendido o que aconteceu porque não teve acesso ao processo. Ele garantiu que o valor desviado não passou pelo sistema S e que tudo vai ser esclarecido. "Nunca recebemos (o Sesi da Paraíba) um real do Ministério do Turismo ou do Ministério da Cultura. É por essa razão que eu não sei por que estou envolvido", disse.

Esquema desviu R$ 400 milhões

Presidente da Fiep, Buega foi um dos alvos de mandado de prisão da Operação Fantoche, realizada pela Polícia Federal na terça-feira (19). Ele estava em Brasília para uma agenda institucional e se apresentou à PF na cidade e foi preso, mas liberado no mesmo dia por força de decisão da Justiça Federal. A mesma decisão determinou o afastamento de Buega do cargo.

A operação investiga um esquema de corrupção envolvendo um grupo de empresas sob o controle de uma mesma família que vem executando contratos por meio de convênios com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S desde 2002. Estima-se que o grupo já tenha recebido mais de R$ 400 milhões de recursos públicos.

Dez pessoas foram presas

Além da Paraíba, a ação também aconteceu no Distrito Federal e mais cinco estados. Além das prisões e do material apreendido, a Justiça também autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados.

Além de Buega, também foram presos na Operação o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, em São Paulo, e o empresário Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva, um dos donos da Aliança Comunicação, empresa responsável pelo São João de Campina Grande. Ao todo, dez pessoas foram presas e liberadas junto com Buega.

Além da Aliança, entre as empresas alvo da operação também estão o Instituto Origami, Idea Locação de Estruturas e Iluminação, Somar Intermediação e Negócios, Ateliê Produções Artísticas. Segundo a PF, elas são investigadas pela prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.

Como as empresas atuavam

A investigação aponta que a forma de atuação do grupo costuma utilizar entidades de direito privado sem fins lucrativos para justificar os contratos e convênios diretos com o ministério e unidades do Sistema S. Dentre  os eventos que teriam sido fraudados pelo grupo estão:

  • SESI Bonecos do Mundo, realizado em João Pessoa em novembro do ano passado;
  • Na Ponta da Língua, com vídeos de animação onde línguas de sogra articulam dicas divertidas sobre as últimas alterações ortográficas da língua portuguesa, que movimentou R$ 6,2 milhões apenas na Paraíba;
  • Relix, realizado em cinco cidades da Paraíba entre agosto e setembro do ano passado.

A maioria dos contratos eram voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados, com recursos desviados em favor do núcleo empresarial por meio de empresas de fachada, de acordo com a PF.

O sistema S inclui entidades como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac).

Imagem

Aline Oliveira

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