VIDA URBANA
Operação para apurar fraudes nos Correios cumpre mandado em JP
Investigação apura prejuízo de cerca de R$ 180 milhões no fundo de pensão dos Correios.
Publicado em 17/12/2015 às 10:12
Deflagrada para apurar fraudes na gestão do fundo de pensão dos Correios, a Operação Positus cumpriu um mandado de busca e apreensão em João Pessoa na manhã desta quinta-feira (17). Responsável pela investigação, a Polícia Federal afirmou que o esquema criminoso no Postalis – Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos podem ter causado um prejuízo de cerca de R$ 180 milhões
Foram cumpridos 7 mandados de busca e apreensão em três estados e no Distrito Federal, foram dois em São Paulo, três em Brasília um em Belém e um em João Pessoa. Procurada, a Polícia Federal na Paraíba apenas confirmou o cumprimento do mandado, disse que não tinha como dar maiores detalhes porque as investigações estavam concentradas em Brasília. As buscas visam localizar novas provas e identificar o destino dos recursos desviados.
A pedido da PF, a Justiça de São Paulo também expediu um mandado de prisão preventiva para o principal investigado, ex-gestor dos fundos de investimento de recursos do Postalis, que estaria vivendo nos Estados Unidos. Os investigadores apuraram que há alguns meses ele requereu passaporte italiano em Miami e há dois meses viajou para a Espanha. Ele não foi localizado e seu nome foi incluído na lista vermelha de procurados internacionais da Interpol. A PF trabalha em cooperação policial com as polícias americana, italiana e a Interpol para localizá-lo e prendê-lo.
O inquérito policial foi instaurado em 2012 e identificou que dois fundos de investimentos do Postalis, contendo mais de R$ 370 milhões em recursos aplicados, foram geridos de forma fraudulenta. As transações eram ordenadas por uma administradora de valores com sede em São Paulo, porém, executadas na cidade de Miami, nos Estados Unidos. A fraude consistia na compra de títulos do mercado de capitais, por uma corretora americana, que os revendia por um valor maior para empresas com sede em paraísos fiscais ligadas aos investigados. Em seguida, os títulos eram adquiridos pelos fundos do Postalis com um aumento ainda maior no valor do título. Assim, em um período de poucos dias e, sem justificativa, a aquisição era feita por um preço mais de 60% maior do que o real valor de mercado.
Os investigados responderão pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, apropriação de recursos de fundos e lavagem de dinheiro. Foram bloqueados imóveis dos investigados, visando futuro ressarcimento dos prejuízos causados aos fundos.
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