Operação prende 42 da 'Al-Qaeda'

Um grupo extremamente organizado e de alta periculosidade com ramificação em toda Região Metropolitana de João Pessoa foi desarticulado ontem em uma operação integrada entre forças de segurança pública da Paraíba. O bando é acusado de esquartejamentos e tráfico de drogas.

Com a operação 'Esqueleto', a polícia acredita que pôs fim à Al-Qaeda ('Okaida'). Quarenta e duas pessoas foram detidas, entre elas um sargento da Polícia Militar e candidato a vereador na cidade de Bayeux, apontado pela polícia como sendo associado da facção.

A principal facção da Paraíba, que surgiu inspirada na organização criminosa responsável pelo atentado de 11 de Setembro nos Estados Unidos, se ramificou por toda a Grande João Pessoa impondo medo em moradores e executando rivais com requintes de crueldade. A operação 'Esqueleto' ocorreu nas comunidades 'Timbó' e 'Cangote do Urubu', em João Pessoa, e nas cidades de Bayeux, Santa Rita e Patos, no Sertão.

Das 42 pessoas detidas, 17 homens considerados os líderes do grupo, já encontravam-se em presídios da Paraíba. O grupo possuía uma estrutura semelhante a uma empresa, que impressionou até mesmo a polícia. O líder e fundador da Al-Qaeda, André Quirino da Silva, o 'Fão', detido no presídio PB-1, repassava ordens para os subchefes do tráfico, também detidos em unidades penais, que por sua vez instruíam os gerentes a distribuir a droga nos pontos de comercialização, recolher o lucro e depositar em conta bancária do líder.

“Mesmo com os líderes presos, eles criam normas que possibilitam que a estrutura possa caminhar por si só. Existem pessoas que arrecadam dinheiro, que já sabem onde depositar o dinheiro, ou seja, tudo muito bem planejado. São criminosos que pensam e planejam suas ações”, detalhou o delegado Cristiano Jacques, titular do Grupo de Operações Especiais, responsável pelas investigações.

Entre os presos na operação 'Esqueleto', na cidade de Bayeux, está o 3º sargento da PM e candidato a vereador na cidade Arnóbio Gomes Fernandes, de 45 anos. Conforme o delegado Cristiano Jacques, o militar exercia a função de segurança do grupo.

“Ele teria uma participação como se fosse um segurança, uma pessoa que daria uma proteção armada ao grupo com uma ligação mais direta com um dos subchefes do grupo, chamado 'He-Man',” explicou o delegado.

O sargento prestou depoimento na Central de Polícia e foi encaminhado para o 5º Batalhão de Polícia Militar, onde permanecerá detido.