VIDA URBANA
Ortopedistas deixam de atender pelo SUS em Campina Grande
Mais de 100 consultas por dia devem deixar de ser feitas por dia, e segundo a direção, não há plantonistas para atender no setor neste fim de semana.
Publicado em 21/05/2011 às 8:56
Da Redação
Com Jornal da Paraíba
A crise na rede pública de saúde em Campina Grande pode se agravar ainda mais com a suspensão parcial do atendimento em ortopedia do Hospital Antônio Targino (HAT), especializado em acidentes. Quatro médicos ortopedistas do HAT pediram o descredenciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e só estão atendendo às consultas particulares e de convênios. Mais de 100 consultas por dia devem deixar de ser feitas por dia, e segundo a direção, não há plantonistas para atender no setor neste fim de semana.
De acordo com os médicos, o valor pago pelo SUS por uma consulta de ortopedia varia R$ 7 e R$ 10, enquanto que na rede privada o mesmo procedimento chega a custar R$ 150. Com o descredenciamento, a equipe de ortopedistas que era de sete médicos está agora com apenas três e a direção afirma que está enfrentando dificuldades para substituir os médicos devido ao baixo valor pago pelo SUS.
“É difícil encontrar um médico que aceite atender pelo valor pago pelo SUS. É preciso reajustar a tabela, mas não são os hospitais que vão ficar responsáveis por esse pagamento”, argumentou José Targino, diretor do HAT e presidente do sindicato dos Proprietários de Hospitais Particulares de Campina Grande. Ele informou que vai buscar alternativas para manter o atendimento ambulatorial, mas que não tem condições de realizar cirurgias sem plantonistas.
O pedido mais recente foi o do ortopedista Jorge Amaro Pinto, que encaminhou a solicitação no último dia 18 à Secretaria Municipal de Saúde e já cumpriu o prazo de 48 horas exigido antes da suspensão do atendimento. Além do baixo valor pago pelas consultas, ele aponta que o grande volume de consultas dificulta o trabalho dos profissionais.
“A tendência natural é que todos os médicos peçam o descredenciamento. O fato é que a tabela SUS está defasada há anos. Nós vínhamos sustentando essa situação há muito tempo e não temos mais como atender nessa situação”, aponta Amaro Jorge. Além dele, também solicitaram o descredenciamento os ortopedistas Ricardo Amorim Filho, Fábio de Moura Sá e Andrey Leal Wanderley.
Comentários