VIDA URBANA
Ossadas humanas ficam expostas em corredores da UEPB na Capital
Alunos se dizem constrangidos por convivência com material deixado em área de uso comum. Segundo diretor, ossos serão acondicionados em sala fechada ainda hoje.
Publicado em 08/06/2011 às 14:21
Karoline Zilah
Alunos do campus da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) em João Pessoa denunciaram o que consideram como uma situação constrangedora: ossadas humanas utilizadas pelo curso de Biologia ficam expostas em corredores abertos da instituição, por onde passam estudantes dia e noite. O campus funciona atualmente nas dependências da Escola Estadual José Lins do Rêgo, no Cristo, por onde também transitam alunos de Ensino Médio.
Incomodados, estudantes denunciaram a situação ao Paraíba1. A reclamação já havia sido feita à diretoria do campus. Segundo eles, há algumas semanas os discentes do curso de Arquivologia têm que 'conviver' no mesmo ambiente em que as ossadas são 'despejadas', sempre que precisam utilizar o laboratório de Preservação e Restauração de Documentos.
As fotos abaixo foram feitas a partir de um telefone celular:
“O fato é que em frente ao laboratório estão expostas ossadas humanas utilizadas pelos estudantes de Biologia em suas aulas, sendo que o local onde esses ossos se encontram é de uso comum dos estudantes e funcionários da instituição, incluindo os alunos da Escola José Lins do Rêgo que ali cursam o ensino médio”, denunciou uma estudante que teve seu nome preservado pela reportagem.
Ainda de acordo com os alunos, os ossos ficam expostos ao sol, chuva e ao vento. Eles temem a possibilidade de algum tipo de contaminação. A limpeza do ambiente também não seria feita de forma adequada. “Após o uso dessa área, a limpeza é feita de forma precária pelos funcionários da instituição, isso porque eles não usam nenhum tipo de equipamento de proteção para isto”, revelou.
A reportagem procurou a diretoria do campus em busca de uma resposta para a denúncia. O diretor adjunto José Tavares dos Santos se comprometeu em providenciar a retirada do material ainda nesta quarta-feira (8). Segundo ele, o local precisou ser utilizado porque a infraestrutura do laboratório de Anatomia ainda não está finalizada com câmaras para comportar os ossos.
"Os alunos recamaram e com razão! O material teve que ser submetido a uma triagem, e para isso precisamos de um espaço mais amplo, por isso ele acabou ficando exposto à passagem de alunos, inclusive de outros cursos, que se assustaram", comentou.
Segundo ele, o material ficará reservado em uma sala fechada até que a obra do laboratório seja concuída.
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