VIDA URBANA
Outro padre é suspeito de crime
Padre da paróquia de Jacaraú é investigado por suspeita de abusar sexualmente de mais de 20 adolescentes.
Publicado em 26/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 07/07/2023 às 12:38
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) e a Polícia Civil estão investigando um padre suspeito de abusar sexualmente de mais de 20 adolescentes em Jacaraú, cidade do Litoral Norte da Paraíba. Segundo informações da Arquidiocese da Paraíba, o padre atuou por 4 anos na paróquia do município. O caso foi tema de uma matéria exclusiva da TV Cabo Branco.
Por meio de um ofício enviado em outubro de 2013 pela Arquidiocese ao MPPB, foi informado que o padre foi suspenso de suas atividades na igreja e que o ocorrido havia sido comunicado à Cúria Romana. A Polícia Civil não tem informações sobre a localização do sacerdote.
Além dele, outros três padres já foram afastados de suas funções eclesiásticas pela Arquidiocese da Paraíba por serem suspeitos de abusar sexualmente de adolescentes. De acordo com a arquidiocese, os padres também são alvo de investigações da Polícia Civil e do MPPB. O último caso havia sido denunciado no município de Pitimbu, na semana passada, e se refere a supostos abusos ocorridos em 2008.
Conforme o MPPB, a investigação teve início há 6 meses, quando adolescentes apreendidos suspeitos de cometer arrombamentos comentaram com um promotor sobre o suposto aliciamento feito pelo padre. "Nós soubemos que a casa do padre já tinha sido violada e quando esses meninos foram apreendidos, eram menores de idade, foi perguntado sobre a casa do padre”, relatou em entrevista ao portal G1 Paraíba o promotor de Justiça de Jacaraú, Marinho Mendes.
“Foi aí que a coisa veio à tona. Ele disseram 'não, a gente não furta. É o padre que nos dá. Ele nos chama para farrar, nos dá bebida alcoólica, nos paga e tem as sessões de sexo'", continuou. O MPPB ouviu, até o momento, cinco jovens apontados como vítimas do padre, mas acredita que mais de 20 tiveram envolvimento com o investigado.
"Adolescentes na faixa dos 12 aos 17 anos foram abusados.
Isso confirmado, sem nenhuma dúvida", disse o promotor.
Ainda conforme informações da promotoria colhidas junto aos adolescentes, o padre dava dinheiro ou presentes para manter relações sexuais. Os abusos aconteciam dentro da própria casa paroquial, ainda segundo os depoimentos.
Declarações obtidas pela TV Cabo Branco dão conta de que o sacerdote pagava quantias que variavam de R$ 50,00 a R$ 200,00 para manter relação sexual com os adolescentes. Um rapaz de 16 anos informou que o encontro na casa do padre foi marcado por meio de uma rede social.
"É uma vergonha, principalmente pra nós que participamos da igreja", lamentou o pai de um dos adolescentes abusados, que acompanhou as declarações do filho ao MPPB. O pai de outro jovem explicou que ninguém desconfiava dos abusos. "O povo, a maioria do pessoal que vai à igreja, pensa que o padre é santo", ressaltou.
Conforme informações da arquidiocese, o padre está proibido de realizar celebrações. "O padre fica impossibilitado de celebrar qualquer sacramento. É como se ele não tivesse, momentaneamente, a ordem do sacerdócio. E a gente quer que fique bem claro isso, que a sociedade saiba e que tomamos as medidas que cabem à igreja. E aqueles que forem acusados serão indiciados e aí o processo corre como com qualquer cidadão que é acusado na sociedade", esclareceu o vigário geral, Virgílio Bezerra de Almeida.
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