Pacientes reclamam de falta de remédios fornecidos pelo Estado

Da Redação

Os pacientes que têm direito a receber medicamentos do Governo do Estado, através do Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcional (Cedmex), enfrentam dificuldades desde dezembro do ano passado. De acordo com denúncias recebidas pelo Paraíba1, o órgão sofre com a falta de medicamentos e de funcionários.

Segundo Helena (nome fictício), no dia 3 de dezembro de 2010, sua mãe pegou apenas metade dos remédios a que tinha direito. Desde então, os medicamentos ficaram em falta no posto do Cedmex, em Jaguaribe. Promessas foram feitas pelo novo governo de que a situação iria ser normalizada e os medicamentos voltaram a ser entregues no dia 8 de fevereiro, mas ainda com desfalque. “Minha mãe apareceu lá no primeiro dia em que os remédio chegaram e só conseguiu pegar uma caixa. Quem deixou pro outro dia não encontrou mais nada lá”, contou.

Ela contou, ainda, que, na última segunda-feira (28), sua mãe foi chamada para pegar o remédio, mas quando chegou no local, o posto estava “fechado para balanço”.

O irmão de Helena sofre de esquizofrenia e tem que tomar dois comprimidos de Zyprexa por dia para controlar a doença, mas a caixa com 28 comprimidos custa R$ 630 e sua família não tem condições de arcar com as despesas de mais de R$ 1,3 mil por mês. “Se ele não tomar, pode entrar em crise, com alucinações, mania de perseguição, e podendo até levar a morte dependendo da intensidade”, explica.

Para evitar maiores problemas, a família de Helena ainda comprou duas caixas do medicamento, recebeu algumas amostras do médico e pegou uma caixa emprestada com um outro paciente. “Ele não ficou nenhum dia sem tomar, o equilíbrio dele depende do remédio, mas é um direito dele receber de graça e muitas outras famílias não têm condições de conseguir o medicamento de outra forma”, diz Helena.

Contraponto

A diretora do Cedmex, Marília Paranhos, garantiu que o órgão recebe medicamentos todos os dias, mas alguns remédios específicos estão passando por um desfalque. “Muitos medicamentos estão faltando desde novembro, época da gestão anterior, e estamos ainda fazendo um levantamento para tentar normalizar essa situação”, disse.

Marília explicou que o governo tinha um débito de cerca de R$ 10 milhões com a empresa Eli-Lilly, fabricante do remédio para esquizofrenia, Zyprexa, por exemplo. A empresa, então, se recusou a disponibilizar os remédios até que a dívida fosse paga. “Nós pagamos um pouco e eles liberam apenas alguns remédios, por isso que só damos uma caixa para quem precisa de duas”, explicou a diretora. Ela informou, ainda, que o governador Ricardo Coutinho irá publicar um decreto até amanhã reconhecendo o débito com a empresa para que os medicamentos sejam liberados.

Ela garantiu também que já fez uma compra que irá durar por seis meses e que pode chegar nesta sexta-feira (4), ou, no mais tardar, na próxima quarta-feira (9). Também está sendo esperada a entrega de uma outra compra que compreenderá os remédios para o ano inteiro.

Em aproximadamente 15 dias, se tudo correr segundo o previsto, Marília acredita que todos os remédios já estarão disponíveis à população. Sobre a falta de funcionários no posto, entretanto, Marília não concordou com a denúncia. “Talvez algum problema aconteça durante o horário de almoço, mas fora isso, nós temos funcionários”, garante.